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## Action
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## Media
### Image
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### Popup Image
### Title
video_51E83CF5_69FE_F724_41CF_32C4607E16A9.label = 01 entrada
video_51B24BA5_69FF_3124_41C5_02C5308F7A20.label = 3luzes
panorama_585044EC_4A45_6474_41BB_A80C7149CCBB.label = Archive & Behind the Scenes [Arquivo e bastidores]
panorama_5851FEA1_4A45_64EC_41C8_7B92BDE570BD.label = Archive & Behind the Scenes [Arquivo e bastidores]
panorama_5850477D_4A44_E454_41C9_4447D84D1DDD.label = Archive & Behind the Scenes [Arquivo e bastidores]
panorama_58507E17_4A44_E7D5_41AA_FC65414E8C3E.label = Archive & Behind the Scenes [Arquivo e bastidores]
panorama_58500144_4A44_BDB4_41D2_617CFA5818A9.label = Archive & Behind the Scenes [Arquivo e bastidores]
panorama_585063E5_4A44_9C74_41BB_81A71E8A57E5.label = Archive & Behind the Scenes [Arquivo e bastidores]
panorama_5850973C_4A45_E5D4_41B7_BA336E35E1DC.label = Bancada acessível e ficha técnica
panorama_40A76656_5BD3_0122_41C7_E69ED3133A93.label = Detalhe 1
panorama_46ECA57C_5BD5_03E6_41BA_AF1A8D756644.label = Detalhe 2
panorama_41D213B7_5BD5_0762_41C4_DE9F37AE6AA6.label = Detalhe 3
panorama_5993730C_4A45_BDB4_41D0_A117D2761555.label = Entrada Japan House São Paulo
panorama_585E3D70_4A45_A46C_41CC_9DBB96AE1F65.label = Entrada Rhizomatiks
panorama_5C2AC189_6995_31ED_4199_507C4DFC80AE.label = Gold Rush [Corrida do ouro]
panorama_5851EA8E_4A44_ACB4_41B0_84AB5F9620F4.label = Gold Rush [Corrida do ouro]
panorama_585067C7_4A45_A4B4_41D0_8E761286D3CE.label = Optical walls [paredes ópticas]
panorama_841BB636_B215_C12E_41C5_5DA9B1A6A3EB.label = Optical walls [paredes ópticas]
panorama_58504E22_4A45_A7EC_41BE_8E549F7BA4CB.label = Sensing streams [Sensor de fluxos]
panorama_58509A77_4A45_EC54_41D1_4EB11CAABEA2.label = Sensing streams [Sensor de fluxos]
panorama_585080E1_4A45_FC6C_4191_900E57E227BF.label = Sensing streams [Sensor de fluxos]
panorama_58500492_4A45_A4AC_41D2_1128B341BB1E.label = Sensing streams [Sensor de fluxos]
panorama_58500AF8_4A45_6C5C_41CB_0D18E48AA97A.label = Sobre Rhizomatiks
panorama_5850417C_4A45_9C54_41CD_20DF7622402B.label = Texto curatorial
video_5EAE8262_69F5_335F_41C6_209463BD56AA.label = goldrush_japanhouse_h264_220629_3
video_534AB9A9_69F5_D12C_41C5_EC8E1E3D02DE.label = roupa360
### Video
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### Video Subtitles
## Popup
### Body
htmlText_7985C09D_4A47_BCD4_41A5_75417BF52BF3.html = 1. LED Costume Controller
[Controlador de LED para figurino]
2012
Utilizado no vídeoclipe de Spring of Life
Controle do figurino LED. Já desenvolvemos três versões, que vão ficando cada vez menores.
10. LED Baton
[Bastão de LED]
2015
Utilizado no projeto Rhizomatiks Research + MIKIKO - “segments” [segmentos]
Bastão com controle sem fio equipado com LED para performances.
11. Coded Field Balloon Device
[Dispositivo de balão Campo Codificado]
2019
Utilizado no Festival Tokyo Tokyo Special 13 - Instalação de Luz e Som "Coded Field" (Campo Codificado)
Dispositivo em formato de balão equipado com LED, feito para o público segurar durante a experiência.
12. Ball Dropping Device
[Dispositivo de lançamento de bolas]
2013
Utilizado no videoclipe "Tantra" de Timo Maas
Dispositivo que solta bolas de plástico em intervalos aleatórios.
13. SOUND COLLECTING DEVICE
[Dispositivo de coleta de som]
2018
Utilizado em Pokémon GO AR Garden
Case para celular produzido para o "Pokémon GO AR Garden".
Por ser utilizado em uma experiência de realidade aumentada com som, possui o formato de um captador para que o celular se volte naturalmente para a direção do som.
14. Gimbal Camera
[Câmera Gimbal]
2015
Utilizado no videoclipe "Cold stares ft. Chance The Rapper + The O’My’s" de Nosaj Thing
Drone multirotor de tamanho médio. Pode ser equipado com holofotes ou câmera com gimbal que desenvolvemos. Para o clipe da música "Cold Stares feat. Chance The Rapper", do produtor Nosaj Thing, duas dançarinas performaram em um estúdio vazio com seis drones e as filmagens foram feitas só com câmeras em drones, sem nenhuma câmera operada por pessoas.
15. Spotlight Drone
[Drone com holofote]
2015
Utilizado no projeto ELEVENPLAY × Rhizomatiks Research - "shadow" [sombra]
Drone multirotor de tamanho médio. Pode ser equipado com holofotes ou câmera com gimbal que desenvolvemos. Na performance "shadow", em que a iluminação foi feita somente por drones, desenvolvemos um holofote pequeno e leve para ser equipado nos drones.
16. Sensor Shoes
[Tênis com sensor]
2010
Tênis utilizado na gravação. Possui um botão na sola e um sensor de curvatura na parte interna.
17. echo band
[faixa echo]
2017
Utilizado no "echo project" [projeto echo]
Dispositivo para o "echo project", que permite medir a distância com o lado externo ao estender a mão. O participante coloca uma máscara para cobrir os olhos e veste uma roupa equipada com dispositivos que vibram. Ao estender a mão revestida com a faixa, ele consegue sentir a distância em relação ao lado externo por meio da intensidade da vibração.
18. Printed Circuit Board - Prototype -Jigs
[Placa de Circuito Impresso - Protótipos - Ferramentas]
Circuitos impressos produzidos no passado.
Gabaritos para protótipos e produção.
Para a produção de nossos equipamentos, desenvolvemos e produzimos os circuitos impressos do zero.
19. Pyramid Drone
[Drone com pirâmide]
2014
Utilizado no projeto ELEVENPLAY × Rhizomatiks Research - "fly" [voe]
Equipamento utilizado na primeira vez que introduzimos drones em performance. Utilizamos o drone da alemã Ascending Technologies. O cone instalado no drone diminuiu a sua estabilidade, mas fizemos com que esses movimentos instáveis criassem um efeito performático.
2. Costume Controller
[Controlador para figurino]
2013
Perfume no Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade.
Controle do figurino que se modifica no início da performance.
20. echo ware
[produto echo]
2017
echo project [projeto echo]
Um controle nas costas comanda os vibradores da roupa por meio de fios implantados no próprio tecido.
Design da roupa: Anrealage.
3. LED bracelet
[Pulseira de LED]
2018
Utilizado em Docomo x Perfume - Novo projeto colaborativo "FUTURE-EXPERIMENT VOL.04 Share that moment".
Dispositivo em formato de bracelete desenvolvido para controlar a iluminação por meio da movimentação do braço.
4. Light Saber
[Sabre de luz]
2014
Presente no 3ª tour mundial do grupo Perfume
Sabre de luz utilizado na performance da música "GAME", do grupo Perfume.
5. LED Device
[Dispositivo de LED]
2014
Utilizado no projeto "rate" [tarifa]
Dispositivo LED para ser instalado dentro de um balão.
6. Laser Projector
[Projetor a laser]
2013
Utilizado no projeto ELEVENPLAY × Rhizomatiks - “ray” [feixe]
Projetor a laser leve e compacto para ser equipado na extremidade de um braço robótico. O dispositivo permite a criação de performances com projeção livre de linhas no ar.
7. Omni Wheel Track
[Trilho com rodas omni]
2015
Utilizado no projeto ELEVENPLAY × Rhizomatiks Research - “border” [fronteira]
Plataforma com rodas omni instaladas em um objeto com formato cúbico. Dispositivo que fez parte da montagem da performance de dança "border" , em que o público usa óculos de realidade virtual e se locomove no mesmo espaço que as dançarinas. Para possibilitar uma performance mais livre, utilizamos essas plataformas com quatro rodas omni, que se movem em linha reta e em círculos.
8. LED Device
[Dispositivo de LED]
2010
Utilizado no show "Perfume AO VIVO na Tokyo Dome - "1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11"
Luz LED equipada dentro de um balão de 5m de diâmetro.
9. Swarm Drone
[Drone de enxame]
2015
Utilizado no projeto ELEVENPLAY × Rhizomatiks Research - “24 drones”
Drone de baixo custo desenvolvido para voar em grupo.
Daito Manabe
“Gold Rush” – Visualization + Sonification of OpenSea activity
[“Corrida do ouro” - Visualização + Sonificação da atividade no OpenSea]
2021
Vídeo
Concepção, design de som e direção técnica: Daito Manabe
Projeto e programação visual: Futa Kera
Programação do sistema e projeto server-side: 2bit
Programação server-side: Kosaku Namikawa
Agradecimentos a Mai Fujimoto (KIZUNA) e Yu Ayato (KIZUNA)
No dia 11 de março de 2021, o mercado de arte registrou um novo recorde: a venda de uma obra totalmente digital com NFT (sigla para token não fungível, em português; ou, em linhas gerais, um bem digital único) e garantia de autenticidade no valor de US$ 69.346.250,00, cujo pagamento também foi realizado, em grande parte, por moeda criptográfica.
A comercialização de EVERYDAYS: THE FIRST 5000 DAYS do artista norte-americano Beeple, embora recente, caracterizou-se como um evento marcante não apenas para as artes. Por esse motivo, Daito Manabe realizou uma análise de dados de imagem comercializados no OpenSea – de maneira simplificada: plataforma de negociação de NFTs – durante o dia no qual tal obra foi arrematada, registrando o grande fluxo de transações.
Para isso, ele utilizou técnicas de deep learning* e também fez uso de Redes Neurais Convolucionais (CNNs)** para extrair aspectos e características das cryptoart vendidas nesse mesmo período. Daito Manabe fez análises seguindo alguns padrões: cronologia, tipo, ocorrências por minuto e cores presentes nas imagens que estavam sendo comercializadas.
O vídeo aqui exposto é um registro da organização e agrupamento das obras analisadas sob determinados critérios, dispondo-as em um plano bidimensional e, depois, reorganizando-as de forma tridimensional. Essa obra não chama a atenção apenas para um assunto tão atual quanto os NFTs, criptomoedas e blockchains, mas dá visibilidade para o dinamismo das relações virtuais e suas tantas possibilidades.
* Deep learning é uma das bases da Inteligência Artificial (IA). Reúne aplicações que permitem que dispositivos reconheçam a fala, detectem imagens e objetos, descrevam conteúdos etc. Essas tecnologias são como as utilizadas em direção autônoma, câmeras de vigilância, ferramenta de busca de produtos de compras on-line, entre outras que necessitem de grande precisão de reconhecimento.
** Redes Neurais Convolucionais (CNNs) são algoritmos de deep learning utilizados principalmente para reconhecimento de imagens e processamento de vídeos.
Formado em 2006, o Rhizomatiks é um coletivo criativo que explora possibilidades nas frentes da arte, mídia e tecnologia com interesse em aprofundar as pesquisas e relações entre o ser humano e as tecnologias disponíveis. Com base em Tóquio, o grupo foi fundado por Daito Manabe – artista, programador e DJ – e conta com uma equipe composta por artistas e programadores, mas também por engenheiros, designers e arquitetos, entre outros.
A versatilidade dos profissionais que atuam no Rhizomatiks se reflete em suas produções, projetos experimentais que relacionam desde as artes visuais, o design e arquitetura com elementos da ciência de dados, da publicidade e do entretenimento.
Movendo-se entre os mundos real e on-line por meio de tantos campos do conhecimento, os membros do coletivo se envolvem em quase todas as etapas de um projeto, desde o planejamento e concepção criativa até o desenvolvimento de software e hardware e as operações, o que permite uma integração mais completa, percebida no resultado final.
Com mais de 15 anos de atuação, o Rhizomatiks teve sua primeira exposição individual e retrospectiva em 2021, rhizomatiks_multiplex, que aconteceu no Museum of Contemporary Art Tokyo (MOT), no Japão. Dentre suas criações, destacam-se a participação na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, colaborações com os grupos musicais japoneses ELEVENPLAY e Perfume e o desenvolvimento de uma série de dispositivos para soluções tecnológicas diversas.
Formado em 2006, o Rhizomatiks é um coletivo criativo que explora possibilidades nas frentes da arte, mídia e tecnologia com interesse em aprofundar as pesquisas e relações entre o ser humano e as tecnologias disponíveis. Com base em Tóquio, o grupo foi fundado por Daito Manabe – artista, programador e DJ – e conta com uma equipe composta por artistas e programadores, mas também por engenheiros, designers e arquitetos, entre outros.
A versatilidade dos profissionais que atuam no Rhizomatiks se reflete em suas produções, projetos experimentais que relacionam desde as artes visuais, o design e arquitetura com elementos da ciência de dados, da publicidade e do entretenimento.
Movendo-se entre os mundos real e on-line por meio de tantos campos do conhecimento, os membros do coletivo se envolvem em quase todas as etapas de um projeto, desde o planejamento e concepção criativa até o desenvolvimento de software e hardware e as operações, o que permite uma integração mais completa, percebida no resultado final.
Com mais de 15 anos de atuação, o Rhizomatiks teve sua primeira exposição individual e retrospectiva em 2021, rhizomatiks_multiplex, que aconteceu no Museum of Contemporary Art Tokyo (MOT), no Japão. Dentre suas criações, destacam-se a participação na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, colaborações com os grupos musicais japoneses ELEVENPLAY e Perfume e o desenvolvimento de uma série de dispositivos para soluções tecnológicas diversas.
Rhizomatiks
Rhizomatiks Archive & Behind the scenes
[Arquivo Rhizomatiks & Bastidores]
Seleção de vídeos e hardwares
Desde o início de sua produção, o Rhizomatiks preocupa-se em registrar seus trabalhos, processos de criação e o desenvolvimento de suas pesquisas. Após mais de 15 anos de atividade, o grupo fez uma seleção de itens utilizados em diferentes tipos de projetos, como hardwares e dispositivos elaborados por seus membros.
O conjunto apresentado engloba tecnologias que exerceram papel fundamental na concepção de algum trabalho. Os objetos relacionam-se com os conteúdos dos televisores, que exibem diversas colaborações, obras comissionadas, registros de processos de pesquisas e seu desenvolvimento, cenas de bastidores, documentações, testes e sequências de tentativas e erros por meio de linguagens diversas que são exploradas pelo grupo no Japão e internacionalmente.
Rhizomatiks
Rhizomatiks Archive & Behind the scenes
[Arquivo Rhizomatiks & Bastidores]
Seleção de vídeos e hardwares
Desde o início de sua produção, o Rhizomatiks preocupa-se em registrar seus trabalhos, processos de criação e o desenvolvimento de suas pesquisas. Após mais de 15 anos de atividade, o grupo fez uma seleção de itens utilizados em diferentes tipos de projetos, como hardwares e dispositivos elaborados por seus membros.
O conjunto apresentado engloba tecnologias que exerceram papel fundamental na concepção de algum trabalho. Os objetos relacionam-se com os conteúdos dos televisores, que exibem diversas colaborações, obras comissionadas, registros de processos de pesquisas e seu desenvolvimento, cenas de bastidores, documentações, testes e sequências de tentativas e erros por meio de linguagens diversas que são exploradas pelo grupo no Japão e internacionalmente.
Ryuichi Sakamoto e Daito Manabe
Sensing Streams 2022 – invisible, inaudible
[Sensor de fluxos 2020 - invisível, inaudível]
2022
Instalação
Concepção: Ryuichi Sakamoto e Daito Manabe
Programação visual: Daito Manabe (Rhizomatiks)
Desenvolvimento de software: Yuta Asai (Rhizomatiks)
Desenvolvimento de hardware: Katsuhiko Harada (Rhizomatiks)
Programação de som: Satoshi Hama
Configuração técnica: Shintaro Kamijo (Rhizomatiks)
Gestão do projeto: Naoki Ishizuka (Rhizomatiks)
Produção: Takao Inoue (Rhizomatiks)
Em inglês, sensing streams é uma expressão que significa, literalmente, “fluxos ou correntes de detecção”. O título já sugere de que trata este trabalho e como ele funciona. É uma instalação em que ondas eletromagnéticas são detectadas e captadas, tornando visível e audível esse grande fluxo que nos cerca, mas que é imperceptível aos olhos e ouvidos humanos.
Uma antena é instalada e passa a detectar e recolher ondas eletromagnéticas que estão a todo tempo sendo emitidas por celulares, rádios e aparelhos com modo bluetooth, entre tantos outros. Essas ondas, responsáveis por carregar variados tipos de dados, são captadas, e sua frequência é transformada em som e imagem por um software desenvolvido pela equipe do Rhizomatiks. Em uma grande tela de LED e a partir de alto-falantes, o público pode ver e ouvir esse fluxo em alta definição. Contudo, cada pessoa também é capaz de alterar a frequência e o comprimento da onda ao mexer no controle que está no totem, o que automaticamente altera a imagem da tela e o som emitido. Assim, percebe-se a variedade e multiplicidade de ondas em tempo real.
Desenvolvido pela primeira vez em 2014 e sendo atualizado desde então, este trabalho é uma colaboração entre o fundador do Rhizomatiks, Daito Manabe – que entre tantas frentes dedica-se à experimentação de tecnologias de dados e à visualização dessas informações – e o músico Ryuichi Sakamoto, que desenvolve pesquisas sobre a audição e a transformação de dados em sonoridades. Compreendendo que atualmente as ondas eletromagnéticas se tornaram parte essencial da infraestrutura do cotidiano, os artistas entendem esta obra como uma oportunidade de tornar o público consciente de um fenômeno que normalmente passa despercebido, embora sejamos agentes ativos desse processo, com nossos smartphones e outros dispositivos.
Ryuichi Sakamoto e Daito Manabe
Sensing Streams 2022 – invisible, inaudible
[Sensor de fluxos 2020 - invisível, inaudível]
2022
Instalação
Concepção: Ryuichi Sakamoto e Daito Manabe
Programação visual: Daito Manabe (Rhizomatiks)
Desenvolvimento de software: Yuta Asai (Rhizomatiks)
Desenvolvimento de hardware: Katsuhiko Harada (Rhizomatiks)
Programação de som: Satoshi Hama
Configuração técnica: Shintaro Kamijo (Rhizomatiks)
Gestão do projeto: Naoki Ishizuka (Rhizomatiks)
Produção: Takao Inoue (Rhizomatiks)
Em inglês, sensing streams é uma expressão que significa, literalmente, “fluxos ou correntes de detecção”. O título já sugere de que trata este trabalho e como ele funciona. É uma instalação em que ondas eletromagnéticas são detectadas e captadas, tornando visível e audível esse grande fluxo que nos cerca, mas que é imperceptível aos olhos e ouvidos humanos.
Uma antena é instalada e passa a detectar e recolher ondas eletromagnéticas que estão a todo tempo sendo emitidas por celulares, rádios e aparelhos com modo bluetooth, entre tantos outros. Essas ondas, responsáveis por carregar variados tipos de dados, são captadas, e sua frequência é transformada em som e imagem por um software desenvolvido pela equipe do Rhizomatiks. Em uma grande tela de LED e a partir de alto-falantes, o público pode ver e ouvir esse fluxo em alta definição. Contudo, cada pessoa também é capaz de alterar a frequência e o comprimento da onda ao mexer no controle que está no totem, o que automaticamente altera a imagem da tela e o som emitido. Assim, percebe-se a variedade e multiplicidade de ondas em tempo real.
Desenvolvido pela primeira vez em 2014 e sendo atualizado desde então, este trabalho é uma colaboração entre o fundador do Rhizomatiks, Daito Manabe – que entre tantas frentes dedica-se à experimentação de tecnologias de dados e à visualização dessas informações – e o músico Ryuichi Sakamoto, que desenvolve pesquisas sobre a audição e a transformação de dados em sonoridades. Compreendendo que atualmente as ondas eletromagnéticas se tornaram parte essencial da infraestrutura do cotidiano, os artistas entendem esta obra como uma oportunidade de tornar o público consciente de um fenômeno que normalmente passa despercebido, embora sejamos agentes ativos desse processo, com nossos smartphones e outros dispositivos.
Youichi Sakamoto
optical Walls
[paredes ópticas]
2022
Instalação
Cooperação técnica: Mitsui Chemicals Inc.
A sala escura recebe quem a adentra com uma nova proposta de arquitetura: paredes feitas de luz que permanecem em movimento, se atravessam, ora se unem, ora se afastam. Esses retângulos estão em constante deslocamento e permitem que o público seja transportado para um novo lugar, envolvido por uma estrutura etérea.
Essa experiência imersiva é possível graças a uma complexa interação entre múltiplas unidades de iluminação. A instalação apresenta um conjunto de três lentes desenvolvidas especialmente para este trabalho, cujo coeficiente de difusão – quantidade de oxigênio que passa através da área da lente – é extremamente baixo, permitindo que a luz se concentre em feixes paralelos. Seu formato, semelhante ao de uma câmara de pneu, também foi pensado para que a incidência de luz gerasse faixas lineares. A fumaça que paira permanentemente no espaço é responsável por dar volume a esses feixes, revelando grandes formas geométricas feitas essencialmente de luz e que se assemelham a paredes. À medida que as luzes de LED que compõem o espaço giram em dois eixos diferentes, vemos inúmeras transformações luminosas acontecerem.
Em Optical Walls, Youichi Sakamoto, membro do Rhizomatiks idealizador dessa obra, deseja trazer à luz discussões sobre princípios como os fenômenos naturais que nos rodeiam – as estações do ano, por exemplo, que acontecem por causa da inclinação da Terra em relação ao sol –, que por serem básicos para a manutenção da vida, ou por estarmos acostumados com eles, parecem de fácil compreensão, embora carreguem em si grande complexidade.
Essencialmente, a instalação compõe-se apenas de um punhado de fontes de luz rotativas que exploram o papel da difusão em superfícies planas. Contudo, utilizando materiais e recursos fabricados industrialmente, a instalação cria uma nova ambientação, demonstrando desde teorias fenomenológicas ao deslumbrante efeito caleidoscópico.
O que não se vê
De maneira extremamente resumida, o conceito de Rizoma de Deleuze (França, 1925-1995) e Guattari (França, 1930-1992) usa a botânica como fonte de inspiração para indicar relações, pesquisas e pensamentos sob uma perspectiva múltipla, os quais se desenvolvem sem começo nem fim definidos, mas como uma série de desdobramentos para muitos lados que, por sua vez, se estendem em muitos outros numa rede abrangente e infinita, como um rizoma. Desse conceito filosófico surge o nome do grupo japonês criado em 2006 pelo artista multimidia Daito Manabe, Rhizomatiks.
Flexibilizando fronteiras entre campos distintos, o grupo trabalha de maneira muito livre. Não é refém de rótulos e categorias preestabelecidas. Preza pelo processo colaborativo em suas criações.
Rhizomatiks transforma, subverte, desafia, escancara aspectos do nosso dia a dia em projetos experimentais, abordando uma série de fenômenos que nos circundam e criando novas formas de expressão.
Segundo Manabe, em seus trabalhos não há uma busca pelo “efeito uau!”, mas sim por um engajamento intelectual e emocional por parte do público.
Atuam em diversas disciplinas como artes visuais, dança, música e teatro, em colaboração com uma vasta gama de parceiros, e associam ferramentas tecnológicas nessas frentes. Muitas vezes fazem uso de tecnologias já existentes, propondo algo novo.
Embora o grupo seja muito conhecido no Japão e no cenário internacional por suas diversas atuações, a exposição O que não se vê é a primeira na América Latina dedicada a mostrar um conjunto de suas obras. Mas Rhizomatiks já é conhecido do público brasileiro por ter realizado a performance de fechamento das Olimpíadas do Rio, em 2016.
As quatro obras selecionadas e apresentadas aqui abordam de uma forma ou de outra elementos invisíveis, trabalhando com ondas eletromagnéticas, criando barreiras óticas para substituir as físicas, mostrando o universo dos NFT (non-fungible tokens) e os bastidores de suas atividades nesses anos em que desenvolveu aparatos e obras de todos os tipos.
Correntes de detecção, criptografia, som, correntes elétricas, arquivos, paredes que por definição são limites físicos, mas aqui são sugestões e subversões do espaço a partir de luzes... As fronteiras entre arte, tecnologia e ser humano convergem.
Ao longo do processo de desenvolvimento da exposição nos demos conta mais uma vez da importância das relações pessoais e da presença física. São inúmeros os desafios de montagem sem a presença de seus criadores. A tecnologia certamente não é autossuficiente.
Apesar de trabalharem constantemente nessa dualidade do mundo real e do mundo tecnológico, salta aos olhos o fator mais importante por trás disso tudo, a fonte e o destino final das criações: o ser humano.
Natasha Barzaghi Geenen
Diretora Cultural da Japan House São Paulo e curadora da exposição
#OQueNãoSeVê
#RhizomatiksNaJHSP
(Não deixem de consultar o aplicativo que criamos com mais detalhes sobre o universo Rhizomatiks pelos QR Codes espalhados pela exposição)