#: locale=pt
## Tour
### Description
### Title
tour.name = DŌ: O CAMINHO DE SHOKO KANAZAWA
## Skin
### Dropdown
DropDown_0561BA16_3AA3_A1D2_41C7_FDA0B6E9EE29.label = Lista de fotos panorâmicas
DropDown_0561BA16_3AA3_A1D2_41C7_FDA0B6E9EE29_mobile.label = Lista de fotos panorâmicas
### Multiline Text
HTMLText_210E69FB_152F_9C00_419E_A24E24CB316F.html =
Papel
O papel de Shodō é feito com fibras vegetais mais longas para resistir à umidade da tinta. A planta escolhida é fervida diversas vezes e, depois de amolecida, é batida para soltar as fibras. Ao final, uma cola feita de plantas como tororo aoi (aibika, pertencente à família da malva) é misturada até se obter uma consistência pastosa. Essa atividade é chamada de suki (漉き). Ao final desse processo, essa pasta é seca e, ao ser cortada em tamanho adequado, torna-se o papel usado para caligrafia.
As peculiaridades do papel são evidenciadas de acordo com o tipo de matéria-prima e a sua distribuição, e o seu uso é diferenciado entre papel para caligrafia e para artesanato. As propriedades do papel também variam de acordo com a espessura e há uma grande variedade de tipos de papel para Shodō.
Os papéis feitos no Japão são chamados de washi (和紙). Para caligrafia, são famosos os kōshū washi (甲州和紙), da Província de Yamanashi, sekishu washi (石州和紙) e washi inshū (因州和紙), da Região de San’in e shikoku washi (四国和紙) ou iyo washi(伊予和紙), da Província de Ehime. Plantas como Kōzo (árvores que chegam até 5 metros de altura, cujas fibras são retiradas e produzem um papel bastante resistente à umidade), Mitsumata (mais delicada, suas fibras geram um papel menos absorvente) e Ganpi (fibras formam um papel macio e com uma superfície mais brilhante) são comumente utilizadas como matéria-prima. Há papéis específicos para a escrita de kanji e de kana e há tratamentos especiais feitos para o papel não encharcar-se de tinta ou para que o papel tenha determinadas padronagens.
O papel mais adequado para o calígrafo é selecionado de acordo com o seu estilo e o que pretende expressar naquele momento.
HTMLText_210E69FB_152F_9C00_419E_A24E24CB316F_mobile.html = Papel
O papel de Shodō é feito com fibras vegetais mais longas para resistir à umidade da tinta. A planta escolhida é fervida diversas vezes e, depois de amolecida, é batida para soltar as fibras. Ao final, uma cola feita de plantas como tororo aoi (aibika, pertencente à família da malva) é misturada até se obter uma consistência pastosa. Essa atividade é chamada de suki (漉き). Ao final desse processo, essa pasta é seca e, ao ser cortada em tamanho adequado, torna-se o papel usado para caligrafia.
As peculiaridades do papel são evidenciadas de acordo com o tipo de matéria-prima e a sua distribuição, e o seu uso é diferenciado entre papel para caligrafia e para artesanato. As propriedades do papel também variam de acordo com a espessura e há uma grande variedade de tipos de papel para Shodō.
Os papéis feitos no Japão são chamados de washi (和紙). Para caligrafia, são famosos os kōshū washi (甲州和紙), da Província de Yamanashi, sekishu washi (石州和紙) e washi inshū (因州和紙), da Região de San’in e shikoku washi (四国和紙) ou iyo washi(伊予和紙), da Província de Ehime. Plantas como Kōzo (árvores que chegam até 5 metros de altura, cujas fibras são retiradas e produzem um papel bastante resistente à umidade), Mitsumata (mais delicada, suas fibras geram um papel menos absorvente) e Ganpi (fibras formam um papel macio e com uma superfície mais brilhante) são comumente utilizadas como matéria-prima. Há papéis específicos para a escrita de kanji e de kana e há tratamentos especiais feitos para o papel não encharcar-se de tinta ou para que o papel tenha determinadas padronagens.
O papel mais adequado para o calígrafo é selecionado de acordo com o seu estilo e o que pretende expressar naquele momento.
HTMLText_2130CD0F_1525_900E_41AB_B6CE02889B44.html = Suzuri
Suzuri é o recipiente onde a tinta sumi é misturada com a água. Antigamente, algumas versões eram feitas de cerâmica, mas hoje são feitas principalmente de pedra polida.
O suzuri possui uma parte mais plana, onde a tinta sumi é raspada, chamada de bokudō (墨道; caminho de sumi) ou oka (丘; colina) e uma parte mais funda, onde a tinta se acumula, que é chamada de bokuchi (墨池; lagoa de sumi) ou umi (海; mar). A superfície do bokudō é áspera e possui dentes bem finos, chamados de hōbō (鋒鋩), que funcionam como uma lima que raspa o bloco de sumi.
A força e a finura do hōbō, a beleza da própria pedra e a técnica do artesão que a decora com gravuras entalhadas definem o valor de um suzuri. Os suzuri que são efetivamente usados são chamados de jitsuyōken (実用硯; suzuri utilitário) e os que são peças de arte são chamados de kanshōken (鑑賞硯; suzuri para apreciação).
No Japão, são bastante conhecidos os suzuri da província de Yamanashi (雨畑硯; amahata suzuri), da província de Miyagi (雄勝硯; ogatsu suzuri) e da província de Yamaguchi (赤間硯; akama suzuri), mas ainda hoje, os mais cobiçados e de mais alta qualidade são os provenientes da China.
O uso prolongado de um suzuri faz com que a sua aspereza diminua, transformando-o em uma pedra de superfície lisa e brilhante. Quando esse estágio é atingido, a tinta sumi não pode ser bem raspada, mas, ao polir a superfície com pedra de amolar ou lixa, a sua funcionalidade é restaurada.
O tamanho do suzuri varia de acordo com o tamanho da letra a ser escrita. Além disso, a compatibilidade da tinta com a pedra também não é única e um calígrafo costuma ter diversos suzuri.
HTMLText_2130CD0F_1525_900E_41AB_B6CE02889B44_mobile.html = Suzuri
Suzuri é o recipiente onde a tinta sumi é misturada com a água. Antigamente, algumas versões eram feitas de cerâmica, mas hoje são feitas principalmente de pedra polida.
O suzuri possui uma parte mais plana, onde a tinta sumi é raspada, chamada de bokudō (墨道; caminho de sumi) ou oka (丘; colina) e uma parte mais funda, onde a tinta se acumula, que é chamada de bokuchi (墨池; lagoa de sumi) ou umi (海; mar). A superfície do bokudō é áspera e possui dentes bem finos, chamados de hōbō (鋒鋩), que funcionam como uma lima que raspa o bloco de sumi.
A força e a finura do hōbō, a beleza da própria pedra e a técnica do artesão que a decora com gravuras entalhadas definem o valor de um suzuri. Os suzuri que são efetivamente usados são chamados de jitsuyōken (実用硯; suzuri utilitário) e os que são peças de arte são chamados de kanshōken (鑑賞硯; suzuri para apreciação).
No Japão, são bastante conhecidos os suzuri da província de Yamanashi (雨畑硯; amahata suzuri), da província de Miyagi (雄勝硯; ogatsu suzuri) e da província de Yamaguchi (赤間硯; akama suzuri), mas ainda hoje, os mais cobiçados e de mais alta qualidade são os provenientes da China.
O uso prolongado de um suzuri faz com que a sua aspereza diminua, transformando-o em uma pedra de superfície lisa e brilhante. Quando esse estágio é atingido, a tinta sumi não pode ser bem raspada, mas, ao polir a superfície com pedra de amolar ou lixa, a sua funcionalidade é restaurada.
O tamanho do suzuri varia de acordo com o tamanho da letra a ser escrita. Além disso, a compatibilidade da tinta com a pedra também não é única e um calígrafo costuma ter diversos suzuri.
HTMLText_21D910AC_1524_B032_41B4_252125332C97.html = Sumi
Sumi é uma tinta especificamente oriental.
É dito que a sua fabricação começou no ano 220 a.C., na China, mas, na realidade, sabe-se que já vinha sendo utilizada há mais tempo, como um tipo de pigmento (tinta mineral). Segundo o Nihon Shoki, o livro mais antigo sobre a história do Japão, essa tinta chegou ao país por meio da Península Coreana no ano 610 d.C.,trazida por Donchō, monge de Goguryeo, um antigo reino coreano.
Até o período da Dinastia Yuan (1271-1368) a tinta sumi da China tinha como matéria-prima base a fuligem de um pinheiro da espécie Pinus densiflora, e era chamada de shōenboku (松煙墨). No entanto, a partir da Dinastia Ming (1368-1644), passou a ser produzida uma grande quantidade de sumi feita a partir da fuligem de óleo vegetal, e era chamada de yuenboku (油煙墨).
Hoje, a tinta sumi é composta por três ingredientes: fuligem, um tipo de cola chamado nikawa e especiarias. A fuligem e a água não se misturam e, por isso, a fuligem é misturada primeiro com a cola. Posteriormente, as especiarias são adicionadas com o intuito de neutralizar o odor para depois ser finalmente solidificada.
A cola nikawa é um tipo de proteína basicamente composta de gelatina à base de colágeno. Antigamente, era extraída de ossos e peles de boi e veados, bem como da carapaça de tartarugas, mas atualmente é feita de proteína de outros animais, ou é sintetizada quimicamente. Por ter uma base proteica, é perecível e possui um odor considerado desagradável. A neutralização desse odor é feita por ingredientes, como cânfora, sândalo, cravo-da-índia, almíscar etc. Esses aromas também têm a função de acalmar a mente. À primeira vista, a tinta sumi é completamente preta, mas dependendo da fuligem empregada possui tonalidades azul, roxa, vermelha ou marrom.
Para efetivamente utilizar a tinta sumi, é preciso raspar a pedra de sumi no suzuri com água, para que a tinta passe para o estado líquido. Atualmente, uma grande quantidade de sumi em estado líquido é fabricada no Japão. Sua qualidade foi melhorando consideravelmente, mas parece que a sutileza dos tons mais profundos da tinta sólida ainda não pode ser reproduzida.
As regiões de Quioto e Nara são centros produtores tradicionais, mas a cidade de Suzuka, na província de Mie, também fabrica sumi por conta dos artesãos locais que aprenderam em Quioto e trouxeram a técnica para a região.
HTMLText_21D910AC_1524_B032_41B4_252125332C97_mobile.html = Sumi
Sumi é uma tinta especificamente oriental.
É dito que a sua fabricação começou no ano 220 a.C., na China, mas, na realidade, sabe-se que já vinha sendo utilizada há mais tempo, como um tipo de pigmento (tinta mineral). Segundo o Nihon Shoki, o livro mais antigo sobre a história do Japão, essa tinta chegou ao país por meio da Península Coreana no ano 610 d.C.,trazida por Donchō, monge de Goguryeo, um antigo reino coreano.
Até o período da Dinastia Yuan (1271-1368) a tinta sumi da China tinha como matéria-prima base a fuligem de um pinheiro da espécie Pinus densiflora, e era chamada de shōenboku (松煙墨). No entanto, a partir da Dinastia Ming (1368-1644), passou a ser produzida uma grande quantidade de sumi feita a partir da fuligem de óleo vegetal, e era chamada de yuenboku (油煙墨).
Hoje, a tinta sumi é composta por três ingredientes: fuligem, um tipo de cola chamado nikawa e especiarias. A fuligem e a água não se misturam e, por isso, a fuligem é misturada primeiro com a cola. Posteriormente, as especiarias são adicionadas com o intuito de neutralizar o odor para depois ser finalmente solidificada.
A cola nikawa é um tipo de proteína basicamente composta de gelatina à base de colágeno. Antigamente, era extraída de ossos e peles de boi e veados, bem como da carapaça de tartarugas, mas atualmente é feita de proteína de outros animais, ou é sintetizada quimicamente. Por ter uma base proteica, é perecível e possui um odor considerado desagradável. A neutralização desse odor é feita por ingredientes, como cânfora, sândalo, cravo-da-índia, almíscar etc. Esses aromas também têm a função de acalmar a mente. À primeira vista, a tinta sumi é completamente preta, mas dependendo da fuligem empregada possui tonalidades azul, roxa, vermelha ou marrom.
Para efetivamente utilizar a tinta sumi, é preciso raspar a pedra de sumi no suzuri com água, para que a tinta passe para o estado líquido. Atualmente, uma grande quantidade de sumi em estado líquido é fabricada no Japão. Sua qualidade foi melhorando consideravelmente, mas parece que a sutileza dos tons mais profundos da tinta sólida ainda não pode ser reproduzida.
As regiões de Quioto e Nara são centros produtores tradicionais, mas a cidade de Suzuka, na província de Mie, também fabrica sumi por conta dos artesãos locais que aprenderam em Quioto e trouxeram a técnica para a região.
HTMLText_26F01674_1565_9012_4173_23724678342E.html = Pincel
Os pincéis foram mudando sua aparência conforme a evolução da escrita.
Na China, desde os tempos antigos, existiram utensílios similares a um pincel, mas foi apenas durante o governo do primeiro imperador Qin Shi Huang (259 a.C.-210 a.C.) que ocorreu uma mudança significativa no seu formato, diante da uniformização da Escrita de Selo e pela circulação de informações em placas finas e estreitas de madeira ou bambu. No entanto, a sua forma era diferente dos pincéis de hoje: feitos com pelos de coelho inseridos no corte da extremidade da haste de bambu ou madeira. Esse tipo de pincel é chamado de tohitsu (兎筆). Como o pelo de coelho é pouco flexível, esse pincel era adequado para escrever letras pequenas em superfícies rígidas.
No início do século III, a escrita tensho (Escrita de Selo; 篆書) evoluiu para a escrita reisho (Escrita Clerical; 隷書) e, posteriormente, para Kaisho (Escrita Regular; 楷書), gyōsho (Escrita Semi-cursiva; 行書) e Sōsho (Escrita Cursiva; 草書). As letras passaram a ser escritas em papel e o pincel ganhou uma forma mais parecida com a que conhecemos hoje. Nessa época, a ponta do pincel (parte com pelos) era mais curta do que hoje. Um pincel representativo da época é o chamado jakutōhitsu (雀頭筆).
A partir do século V ao VII, a Escrita Semi-cursiva (gyōsho) e Cursiva (sōsho) avançaram e passou a ser usado um pincel com pelo macio, mais adequado para esses tipos de escrita. O principal material era a vibrissa de ratos (popularmente conhecidas como “bigodes”), chamada de soshu (鼠鬚).
No Japão, é dito que foi o monge budista Kūkai (774 d.C. – 835 d.C.) quem trouxe o pincel ao país, mas, na realidade, os pincéis já eram utilizados há mais tempo. Na Era Heian (final do século VIII ao início do século XII), a Escrita Cursiva (sōsho) se transformou, dando origem ao silabário “kana” e, nesse contexto, surgiram os pincéis com a ponta mais alongada, que facilitavam essa escrita. Esses pincéis eram chamados de wayōhitsu (和様筆) e eram usados pela aristocracia e pelos monges.
Na era moderna, a praticidade levou a um maior uso de canetas e lápis, chamados de kōhitsu (硬筆).
Conforme a caligrafia evoluiu de uma função utilitária para arte, materiais mais versáteis começaram a ser utilizados para evidenciar o poder de expressão das criações. Assim, foi sendo usada uma maior diversidade de materiais, como pelos de ovelha, cavalo, doninha, guaxinim, veado, entre outros animais.
A parte onde se segura o pincel com o dedo é chamada de hikkan (筆管) ou fudejiku (筆軸), feita principalmente de bambu, mas também há versões em madeira. Recentemente, plástico e compostos de resina também passaram a ser utilizados. Os pincéis são produzidos em diversas regiões do Japão, com destaque para as províncias de Hiroshima, Nara, Toyohashi, Tóquio, Niigata e Sendai.
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Os pincéis foram mudando sua aparência conforme a evolução da escrita.
Na China, desde os tempos antigos, existiram utensílios similares a um pincel, mas foi apenas durante o governo do primeiro imperador Qin Shi Huang (259 a.C.-210 a.C.) que ocorreu uma mudança significativa no seu formato, diante da uniformização da Escrita de Selo e pela circulação de informações em placas finas e estreitas de madeira ou bambu. No entanto, a sua forma era diferente dos pincéis de hoje: feitos com pelos de coelho inseridos no corte da extremidade da haste de bambu ou madeira. Esse tipo de pincel é chamado de tohitsu (兎筆). Como o pelo de coelho é pouco flexível, esse pincel era adequado para escrever letras pequenas em superfícies rígidas.
No início do século III, a escrita tensho (Escrita de Selo; 篆書) evoluiu para a escrita reisho (Escrita Clerical; 隷書) e, posteriormente, para Kaisho (Escrita Regular; 楷書), gyōsho (Escrita Semi-cursiva; 行書) e Sōsho (Escrita Cursiva; 草書). As letras passaram a ser escritas em papel e o pincel ganhou uma forma mais parecida com a que conhecemos hoje. Nessa época, a ponta do pincel (parte com pelos) era mais curta do que hoje. Um pincel representativo da época é o chamado jakutōhitsu (雀頭筆).
A partir do século V ao VII, a Escrita Semi-cursiva (gyōsho) e Cursiva (sōsho) avançaram e passou a ser usado um pincel com pelo macio, mais adequado para esses tipos de escrita. O principal material era a vibrissa de ratos (popularmente conhecidas como “bigodes”), chamada de soshu (鼠鬚).
No Japão, é dito que foi o monge budista Kūkai (774 d.C. – 835 d.C.) quem trouxe o pincel ao país, mas, na realidade, os pincéis já eram utilizados há mais tempo. Na Era Heian (final do século VIII ao início do século XII), a Escrita Cursiva (sōsho) se transformou, dando origem ao silabário “kana” e, nesse contexto, surgiram os pincéis com a ponta mais alongada, que facilitavam essa escrita. Esses pincéis eram chamados de wayōhitsu (和様筆) e eram usados pela aristocracia e pelos monges.
Na era moderna, a praticidade levou a um maior uso de canetas e lápis, chamados de kōhitsu (硬筆).
Conforme a caligrafia evoluiu de uma função utilitária para arte, materiais mais versáteis começaram a ser utilizados para evidenciar o poder de expressão das criações. Assim, foi sendo usada uma maior diversidade de materiais, como pelos de ovelha, cavalo, doninha, guaxinim, veado, entre outros animais.
A parte onde se segura o pincel com o dedo é chamada de hikkan (筆管) ou fudejiku (筆軸), feita principalmente de bambu, mas também há versões em madeira. Recentemente, plástico e compostos de resina também passaram a ser utilizados. Os pincéis são produzidos em diversas regiões do Japão, com destaque para as províncias de Hiroshima, Nara, Toyohashi, Tóquio, Niigata e Sendai.
HTMLText_64B703F4_0E09_C4C5_41AA_AABEA5FD022B.html = Caminhos
Em 2018, apresentamos na Japan House São Paulo a primeira mostra da série dedicada ao conjunto de práticas que compõem o conceito de Dō – termo que significa “caminho” –, que enaltece a busca por elevação espiritual a partir de manifestações artísticas e outras formas de expressão. DŌ: a caminho da virtude apresentava, com fotos e demonstrações ao vivo, artes marciais japonesas que fazem parte do Budō.
Em 2019, foi a vez de DŌ: a caminho da serenidade focar no Kadō, a arte dos arranjos florais. Finalmente, em 2021, inauguramos DŌ: o caminho de Shoko Kanazawa, dedicada ao Shodō, a arte da caligrafia.
Todas essas disciplinas aliam tradição e contemporaneidade, combinação tão presente na cultura japonesa e tão valorizada na programação da JHSP, além de destacarem a importância da disciplina, do rigor, da persistência e da dedicação física e mental para o seu desenvolvimento.
A combinação da tinta sumi com o pincel utilizado na escrita de ideograma (kanji) é chamada de Shodō, “o caminho (dō) da escrita (sho)”.
A caligrafia foi introduzida no Japão por volta do ano 600 d.C. e era parte da educação de famílias de elite, além de ser permeada de refinamento e rituais. É entendida como forma de expressar a individualidade de quem a exerce e se apoia muito nas habilidades criativas de cada artista. Todos os elementos presentes em uma obra de Shodō são importantes, inclusive linhas acidentais, respingos de tintas e espaços em branco.
Na mostra aqui presente, a escolha de Shoko Kanazawa como uma das expoentes do Shodō contemporâneo foi feita para enfatizar a força e a sutileza simultâneas dessa artista, que com síndrome de Down se apoiou muito no Shodō como forma de se expressar e fazer ouvir a sua voz. Kanazawa movimenta-se por inteiro, numa performance corporal intensa e minuciosa. Suas escolhas poéticas para as mensagens que pretende transmitir demonstram sua singular sensibilidade e otimismo.
As obras selecionadas abordam espiritualidade, conceitos filosóficos e temas humanos universais. Talvez Kotodama, “o poder das palavras”, sintetize a força do Shodō, em tempos em que o uso descuidado das palavras tantas vezes as esvazia e seu uso consciente e correto se prova cada vez mais necessário e potente.
Todas as legendas associadas às obras são relatos da mãe de Shoko, Yasuko Kanazawa. São passagens muito pessoais e afetivas de alguém que compartilha a paixão pela arte da escrita e tem um conhecimento profundo de sua única filha e de seu caminho.
Além das obras, há também uma vitrine com algumas das ferramentas usadas para a realização do Shodō e textos escritos por Taizan Yanagida, membro de uma família que se dedica à caligrafia japonesa há gerações.
O aperfeiçoamento pessoal pode ser uma busca constante de uma vida toda. No Shodō, não basta apenas aprimorar habilidades técnicas; é essencial dedicar-se igualmente ao aspecto mental. Um belo e árduo caminho para o autoconhecimento e para a criação de uma linguagem singular e autoral, que passa pela compreensão de seu corpo e pelo apuro da sensibilidade.
Natasha Barzaghi Geenen
Diretora Cultural e Curadora da mostra
#ShodoNaJHSP
#ShokoKanazawaNaJHSP
HTMLText_64B703F4_0E09_C4C5_41AA_AABEA5FD022B_mobile.html = Caminhos
Em 2018, apresentamos na Japan House São Paulo a primeira mostra da série dedicada ao conjunto de práticas que compõem o conceito de Dō – termo que significa “caminho” –, que enaltece a busca por elevação espiritual a partir de manifestações artísticas e outras formas de expressão. DŌ: a caminho da virtude apresentava, com fotos e demonstrações ao vivo, artes marciais japonesas que fazem parte do Budō.
Em 2019, foi a vez de DŌ: a caminho da serenidade focar no Kadō, a arte dos arranjos florais. Finalmente, em 2021, inauguramos DŌ: o caminho de Shoko Kanazawa, dedicada ao Shodō, a arte da caligrafia.
Todas essas disciplinas aliam tradição e contemporaneidade, combinação tão presente na cultura japonesa e tão valorizada na programação da JHSP, além de destacarem a importância da disciplina, do rigor, da persistência e da dedicação física e mental para o seu desenvolvimento.
A combinação da tinta sumi com o pincel utilizado na escrita de ideograma (kanji) é chamada de Shodō, “o caminho (dō) da escrita (sho)”.
A caligrafia foi introduzida no Japão por volta do ano 600 d.C. e era parte da educação de famílias de elite, além de ser permeada de refinamento e rituais. É entendida como forma de expressar a individualidade de quem a exerce e se apoia muito nas habilidades criativas de cada artista. Todos os elementos presentes em uma obra de Shodō são importantes, inclusive linhas acidentais, respingos de tintas e espaços em branco.
Na mostra aqui presente, a escolha de Shoko Kanazawa como uma das expoentes do Shodō contemporâneo foi feita para enfatizar a força e a sutileza simultâneas dessa artista, que com síndrome de Down se apoiou muito no Shodō como forma de se expressar e fazer ouvir a sua voz. Kanazawa movimenta-se por inteiro, numa performance corporal intensa e minuciosa. Suas escolhas poéticas para as mensagens que pretende transmitir demonstram sua singular sensibilidade e otimismo.
As obras selecionadas abordam espiritualidade, conceitos filosóficos e temas humanos universais. Talvez Kotodama, “o poder das palavras”, sintetize a força do Shodō, em tempos em que o uso descuidado das palavras tantas vezes as esvazia e seu uso consciente e correto se prova cada vez mais necessário e potente.
Todas as legendas associadas às obras são relatos da mãe de Shoko, Yasuko Kanazawa. São passagens muito pessoais e afetivas de alguém que compartilha a paixão pela arte da escrita e tem um conhecimento profundo de sua única filha e de seu caminho.
Além das obras, há também uma vitrine com algumas das ferramentas usadas para a realização do Shodō e textos escritos por Taizan Yanagida, membro de uma família que se dedica à caligrafia japonesa há gerações.
O aperfeiçoamento pessoal pode ser uma busca constante de uma vida toda. No Shodō, não basta apenas aprimorar habilidades técnicas; é essencial dedicar-se igualmente ao aspecto mental. Um belo e árduo caminho para o autoconhecimento e para a criação de uma linguagem singular e autoral, que passa pela compreensão de seu corpo e pelo apuro da sensibilidade.
Natasha Barzaghi Geenen
Diretora Cultural e Curadora da mostra
#ShodoNaJHSP
#ShokoKanazawaNaJHSP
HTMLText_711050CA_0E3A_C4CD_418E_0C68E3D14B4B.html = 夢幻空華 - むげんくうげ
[夢幻/ mugen/ sonho, ilusão - 空華 /kūge/ flores no céu]
Mugenkuuge, 2019
A ilusória levitação das flores.
“Originalmente, significa acreditar e se apegar em algo inexistente a ponto de passar a enxergar uma flor imaginária flutuando no céu.
̶ Hoje, no festival, carreguei o omikoshi (palanquim xintoísta), mas, por ser baixinha, não consegui apoiá-lo no ombro para transportá-lo. Foi divertido! – comentou Shoko, em estado de felicidade. Se ela não conseguiu carregá-lo por causa da altura, o que de fato justificaria o seu estado de felicidade?
Shoko possui a magia de transformar qualquer coisa em motivo de alegria e felicidade, uma vez que o fato de ela não ter carregado o omikoshi poderia ser motivo de tristeza e lamentação. Em relação à uma situação, há pessoas que enxergam o inferno enquanto outras enxergam o paraíso. Vivemos de ilusões.”
HTMLText_711050CA_0E3A_C4CD_418E_0C68E3D14B4B_mobile.html = 夢幻空華 - むげんくうげ
[夢幻/ mugen/ sonho, ilusão - 空華 /kūge/ flores no céu]
Mugenkuuge, 2019
A ilusória levitação das flores.
“Originalmente, significa acreditar e se apegar em algo inexistente a ponto de passar a enxergar uma flor imaginária flutuando no céu.
̶ Hoje, no festival, carreguei o omikoshi (palanquim xintoísta), mas, por ser baixinha, não consegui apoiá-lo no ombro para transportá-lo. Foi divertido! – comentou Shoko, em estado de felicidade. Se ela não conseguiu carregá-lo por causa da altura, o que de fato justificaria o seu estado de felicidade?
Shoko possui a magia de transformar qualquer coisa em motivo de alegria e felicidade, uma vez que o fato de ela não ter carregado o omikoshi poderia ser motivo de tristeza e lamentação. Em relação à uma situação, há pessoas que enxergam o inferno enquanto outras enxergam o paraíso. Vivemos de ilusões.”
HTMLText_72985BE9_0E39_C4CF_418F_F8410678C9EC.html = 感謝 - かんしゃ
[感謝 /kansha/ gratidão]
Kansha, 2019
Gratidão.
“É ter um coração que sente gratidão e diz “obrigada” ao receber uma gentileza, um presente e por todas as coisas da natureza como o ar, a água e a luz. Shoko foi selecionada para fazer o pôster oficial de Tokyo 2020. Quando fez aniversário, Shoko sequer pensava em se tornar alguém importante e tampouco tinha desejos ou pedidos a fazer, mas a partir dos vinte anos surgiu este trabalho importante que só podia ser fruto da graça divina. E tudo resultou em sucesso. Desde então, passou a agradecer pelas bençãos divinas e o único meio de fazê-lo foi o da oração com devoção.”
HTMLText_72985BE9_0E39_C4CF_418F_F8410678C9EC_mobile.html = 感謝 - かんしゃ
[感謝 /kansha/ gratidão]
Kansha, 2019
Gratidão.
“É ter um coração que sente gratidão e diz “obrigada” ao receber uma gentileza, um presente e por todas as coisas da natureza como o ar, a água e a luz. Shoko foi selecionada para fazer o pôster oficial de Tokyo 2020. Quando fez aniversário, Shoko sequer pensava em se tornar alguém importante e tampouco tinha desejos ou pedidos a fazer, mas a partir dos vinte anos surgiu este trabalho importante que só podia ser fruto da graça divina. E tudo resultou em sucesso. Desde então, passou a agradecer pelas bençãos divinas e o único meio de fazê-lo foi o da oração com devoção.”
HTMLText_72AF033F_0E3A_4543_4153_F95B6692402B.html = 神 - かみ
[神 /kami/ divindade]
Kami, 2019
Divindade
“É um ser que possui uma força misteriosa capaz de controlar todas as coisas do Universo. Shoko diz que, quando crescer, quer ser a lua crescente. A lua não tem luz própria, mas ela brilha intensamente no céu graças ao sol quente que incide sua luz sobre muitas pessoas. Shoko se tornou uma lua crescente. Se neste exato momento alguém me perguntasse o que eu gostaria de ser, eu responderia que queria ser a “lua cheia de agosto”. Seria uma lua cheia límpida que, juntamente com a Lua-crescente-Shoko, contemplaria e iluminaria, do alto e longínquo céu, as mães que esperam crianças com deficiência.”
HTMLText_72AF033F_0E3A_4543_4153_F95B6692402B_mobile.html = 神 - かみ
[神 /kami/ divindade]
Kami, 2019
Divindade
“É um ser que possui uma força misteriosa capaz de controlar todas as coisas do Universo. Shoko diz que, quando crescer, quer ser a lua crescente. A lua não tem luz própria, mas ela brilha intensamente no céu graças ao sol quente que incide sua luz sobre muitas pessoas. Shoko se tornou uma lua crescente. Se neste exato momento alguém me perguntasse o que eu gostaria de ser, eu responderia que queria ser a “lua cheia de agosto”. Seria uma lua cheia límpida que, juntamente com a Lua-crescente-Shoko, contemplaria e iluminaria, do alto e longínquo céu, as mães que esperam crianças com deficiência.”
HTMLText_7303FAE0_0E3A_44FD_41A0_10CFEB9E47BC.html = 宇宙 - うちゅう
[宇宙 /uchū/ universo]
Uchū, 2019
Universo.
“É todo o espaço existente no mundo.
Nascido há 13,8 bilhões de anos,possui um raio de 46,5 bilhões de anos-luz. Uma alma como a de Shoko, que não pertence ao mundo profano, está amalgamada com o céu”.
O pai de Shoko faleceu de repente e ela não consegue esquecê-lo de jeito nenhum e, toda vez que ela vê uma estrela grande brilhando, ela acena e chora. As estrelas não nascem regidas por leis físicas do universo, mas do pensamento das pessoas que estão na Terra e que são incapazes de esquecer seus entes queridos.
A quantidade de estrelas existentes no céu é a mesma de almas que não foram esquecidas.”
HTMLText_7303FAE0_0E3A_44FD_41A0_10CFEB9E47BC_mobile.html = 宇宙 - うちゅう
[宇宙 /uchū/ universo]
Uchū, 2019
Universo.
“É todo o espaço existente no mundo.
Nascido há 13,8 bilhões de anos,possui um raio de 46,5 bilhões de anos-luz. Uma alma como a de Shoko, que não pertence ao mundo profano, está amalgamada com o céu”.
O pai de Shoko faleceu de repente e ela não consegue esquecê-lo de jeito nenhum e, toda vez que ela vê uma estrela grande brilhando, ela acena e chora. As estrelas não nascem regidas por leis físicas do universo, mas do pensamento das pessoas que estão na Terra e que são incapazes de esquecer seus entes queridos.
A quantidade de estrelas existentes no céu é a mesma de almas que não foram esquecidas.”
HTMLText_738C2D55_0E3A_5DC7_419F_BA29D22C3487.html = 断捨離 - だんしゃり
[断/dan/ recusa - 捨 /sha/eliminação - 離 /ri/ separação]
Dan-Sha-Ri, 2019
Desapego ao desnecessário.
“Termo criado à partir dos conceitos de yoga: recusa ou rejeição (Dan-gyō), eliminação ou descarte (Sha-gyō) e separação (Ri-gyō). Trata-se de abandonar, descartar e desapegar de coisas desnecessárias.
– Não se pode dizer que um objetivo foi cumprido com grande sucesso se, para alcançá-lo, houve muito estresse, ocasionou mágoas e despendeu enorme esforço até o fim – pois, segundo os ensinamentos sagrados dos praticantes de yoga, é dito que o grande sucesso é alcançar o objetivo com prazer e tranquilidade.
Não é pelo esforço que Shoko realiza o seu trabalho, mas tão somente pelo seu desejo sincero de oferecer alegria às pessoas. Como calígrafa, vem realizando com desenvoltura incontáveis trabalhos de admirável excelência. Shoko transcendeu a prática do Dan-Sha-Ri e alcançou o caminho para a felicidade suprema.”
HTMLText_738C2D55_0E3A_5DC7_419F_BA29D22C3487_mobile.html = 断捨離 - だんしゃり
[断/dan/ recusa - 捨 /sha/eliminação - 離 /ri/ separação]
Dan-Sha-Ri, 2019
Desapego ao desnecessário.
“Termo criado à partir dos conceitos de yoga: recusa ou rejeição (Dan-gyō), eliminação ou descarte (Sha-gyō) e separação (Ri-gyō). Trata-se de abandonar, descartar e desapegar de coisas desnecessárias.
– Não se pode dizer que um objetivo foi cumprido com grande sucesso se, para alcançá-lo, houve muito estresse, ocasionou mágoas e despendeu enorme esforço até o fim – pois, segundo os ensinamentos sagrados dos praticantes de yoga, é dito que o grande sucesso é alcançar o objetivo com prazer e tranquilidade.
Não é pelo esforço que Shoko realiza o seu trabalho, mas tão somente pelo seu desejo sincero de oferecer alegria às pessoas. Como calígrafa, vem realizando com desenvoltura incontáveis trabalhos de admirável excelência. Shoko transcendeu a prática do Dan-Sha-Ri e alcançou o caminho para a felicidade suprema.”
HTMLText_73BE1A3E_0E3A_4745_41AD_5E9F261658B0.html = 無限 - むげん
[無/mu / não - 限 /gen/ limite]
Mugen, 2019
Infinito.
“∞ é não ter limites de volume e de tamanho. E, também, se aplica a estados e situações imensuráveis, como o que enfrentamos hoje com a Covid-19. Shoko apelidou o Coronavírus como “Koro-tarō” (Irmão mais velho, Super Korō). Ela olha para o céu e pede:
– Super Korō, fuja para bem longe. Vá para Plutão que lá você estará seguro.
Não se sabe o porquê de ser Plutão, mas, o desejo de Shoko é que o Coronavírus se afaste o máximo possível. Shoko não considera o Coronavírus como sendo um malfeitor. Por sentir pena, ela não seria capaz de dar um fim nele ou fazê-lo desaparecer. E é por isso que ela conversa com ele como se fosse um amigo e pede para que ele fuja para um lugar muitíssimo longe.”
HTMLText_73BE1A3E_0E3A_4745_41AD_5E9F261658B0_mobile.html = 無限 - むげん
[無/mu / não - 限 /gen/ limite]
Mugen, 2019
Infinito.
“∞ é não ter limites de volume e de tamanho. E, também, se aplica a estados e situações imensuráveis, como o que enfrentamos hoje com a Covid-19. Shoko apelidou o Coronavírus como “Koro-tarō” (Irmão mais velho, Super Korō). Ela olha para o céu e pede:
– Super Korō, fuja para bem longe. Vá para Plutão que lá você estará seguro.
Não se sabe o porquê de ser Plutão, mas, o desejo de Shoko é que o Coronavírus se afaste o máximo possível. Shoko não considera o Coronavírus como sendo um malfeitor. Por sentir pena, ela não seria capaz de dar um fim nele ou fazê-lo desaparecer. E é por isso que ela conversa com ele como se fosse um amigo e pede para que ele fuja para um lugar muitíssimo longe.”
HTMLText_7434C745_0E39_CDC7_41A2_51824FB2278E.html = 一期一会 - いちごいちえ
[一期 /ichigo/ um tempo - 一会 /ichie/ um encontro]
Ichigo ichie, 2019
Encontros são únicos e singulares.
“Os encontros são únicos e só ocorrem uma única vez na vida.
Na vida, todo encontro é singular, por isso é importante valorizar cada encontro.
As reflexões de Shoko sobre o futuro estendem-se até o almoço do dia seguinte. Ela não se preocupa com o futuro nem se arrepende do passado. Vive o agora, 100% presente. Shoko realmente valoriza cada momento como sendo uma oportunidade única na vida.”
HTMLText_7434C745_0E39_CDC7_41A2_51824FB2278E_mobile.html = 一期一会 - いちごいちえ
[一期 /ichigo/ um tempo - 一会 /ichie/ um encontro]
Ichigo ichie, 2019
Encontros são únicos e singulares.
“Os encontros são únicos e só ocorrem uma única vez na vida.
Na vida, todo encontro é singular, por isso é importante valorizar cada encontro.
As reflexões de Shoko sobre o futuro estendem-se até o almoço do dia seguinte. Ela não se preocupa com o futuro nem se arrepende do passado. Vive o agora, 100% presente. Shoko realmente valoriza cada momento como sendo uma oportunidade única na vida.”
HTMLText_74F30E68_0E3A_3FCD_4195_012907CE762C.html = 空から - そらから
[空 /sora/ céu - から /kara/ do]
Sora kara, 2019
Do céu.
“Visto da Terra, todo o universo se torna o céu. O que cai do céu é colossal.
Shoko sempre reza para o seu pai que “está no céu”e pede que ele “venha ao encontro dela”. Diante do retrato de seu pai falecido há um bilhete que diz: “Caso não me encontre, por favor, me ligue” seguido de seu número de celular. Não pude conter as lágrimas ao ler este bilhete.”
HTMLText_74F30E68_0E3A_3FCD_4195_012907CE762C_mobile.html = 空から - そらから
[空 /sora/ céu - から /kara/ do]
Sora kara, 2019
Do céu.
“Visto da Terra, todo o universo se torna o céu. O que cai do céu é colossal.
Shoko sempre reza para o seu pai que “está no céu”e pede que ele “venha ao encontro dela”. Diante do retrato de seu pai falecido há um bilhete que diz: “Caso não me encontre, por favor, me ligue” seguido de seu número de celular. Não pude conter as lágrimas ao ler este bilhete.”
HTMLText_7519FE4E_0E16_FFC5_41A3_A7E1288EE1ED.html = Shoko Kanazawa
Nascida em Tóquio, no Japão, em 1985, Shoko Kanazawa começou a estudar caligrafia aos 5 anos. Sua mestra foi sua mãe, Yasuko Kanazawa, calígrafa que sempre lecionou shodō para crianças e jovens, incluindo sua filha.
Shoko Kanazawa logo cedo demonstrou grande aptidão para a tradicional arte da caligrafia, exercendo com naturalidade as pinceladas, compreendendo os modos de portar os pincéis e realizando movimentos harmônicos com grande entrega e comprometimento. Ao longo do tempo, sua produção passou a ganhar maior notoriedade: seu domínio das variações mais sutis das linhas, das noções de composição e do posicionamento das formas, assim como a habilidade com a tinta, garantiram a Shoko reconhecimento como uma das mais importantes calígrafas japonesas contemporâneas.
Sua obra se desenvolveu, inicialmente, com a criação de Hounou kigou, tipo de shodo realizado em templos com mensagens positivas. Essa lógica de comunicar-se com o público inspirando paz e boas energias permanece ainda hoje, sendo o mote de seus trabalhos. Em 2005, aos 20 anos de idade, realizou sua primeira exposição individual, grande marco de sua produção e peça importante na divulgação de seu trabalho no território japonês e, mais adiante, no âmbito internacional. Até hoje, Shoko Kanazawa já exibiu suas obras em países como Estados Unidos, República Tcheca, Rússia e Singapura.
Além de ser uma respeitada artista, Kanazawa também se vale de sua voz para dar visibilidade a iniciativas e projetos que desejam construir uma sociedade mais igualitária, advogando a favor de pessoas com deficiência e apoiando ações que ajudam na reconstrução de regiões e vidas afetadas por desastres naturais. Por ter síndrome de Down, sua autonomia e seu trabalho notável inspiram a muitos; como reconhecimento da relevância de seu papel como porta-voz dessas causas, Shoko foi convidada a fazer um discurso sobre o tema na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2015, em Nova York, e em 2017 se tornou Embaixadora de Apoio Especial do Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão.
HTMLText_7519FE4E_0E16_FFC5_41A3_A7E1288EE1ED_mobile.html = Shoko Kanazawa
Nascida em Tóquio, no Japão, em 1985, Shoko Kanazawa começou a estudar caligrafia aos 5 anos. Sua mestra foi sua mãe, Yasuko Kanazawa, calígrafa que sempre lecionou shodō para crianças e jovens, incluindo sua filha.
Shoko Kanazawa logo cedo demonstrou grande aptidão para a tradicional arte da caligrafia, exercendo com naturalidade as pinceladas, compreendendo os modos de portar os pincéis e realizando movimentos harmônicos com grande entrega e comprometimento. Ao longo do tempo, sua produção passou a ganhar maior notoriedade: seu domínio das variações mais sutis das linhas, das noções de composição e do posicionamento das formas, assim como a habilidade com a tinta, garantiram a Shoko reconhecimento como uma das mais importantes calígrafas japonesas contemporâneas.
Sua obra se desenvolveu, inicialmente, com a criação de Hounou kigou, tipo de shodo realizado em templos com mensagens positivas. Essa lógica de comunicar-se com o público inspirando paz e boas energias permanece ainda hoje, sendo o mote de seus trabalhos. Em 2005, aos 20 anos de idade, realizou sua primeira exposição individual, grande marco de sua produção e peça importante na divulgação de seu trabalho no território japonês e, mais adiante, no âmbito internacional. Até hoje, Shoko Kanazawa já exibiu suas obras em países como Estados Unidos, República Tcheca, Rússia e Singapura.
Além de ser uma respeitada artista, Kanazawa também se vale de sua voz para dar visibilidade a iniciativas e projetos que desejam construir uma sociedade mais igualitária, advogando a favor de pessoas com deficiência e apoiando ações que ajudam na reconstrução de regiões e vidas afetadas por desastres naturais. Por ter síndrome de Down, sua autonomia e seu trabalho notável inspiram a muitos; como reconhecimento da relevância de seu papel como porta-voz dessas causas, Shoko foi convidada a fazer um discurso sobre o tema na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2015, em Nova York, e em 2017 se tornou Embaixadora de Apoio Especial do Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão.
HTMLText_8D6ADA46_0E36_47C5_41A5_8DEF38F857FE.html = 雨洗風磨 - うせんふうま
[雨 /u/ chuva - 洗 /sen/ lavar - 風 / fuu /vento - 磨 /ma/ lapidar]
Usenfūma, 2019
A chuva lava, o vento lapida.
“A chuva lava e o vento lapida.
Ao ficar exposto à chuva e ao vento durante muito tempo, o coração é lavado e purificado. Prezar o infortúnio propicia o amadurecimento do homem.
Não se rende à chuva. Não se rende ao vento*. Shoko passa os dias correndo pela cidade, de um lado para o outro, com a intenção de ajudar os necessitados.
Shoko possui o seu próprio jeito de amadurecer com as adversidades, deixando-se lavar pela chuva e polir pelo vento.”
* Poema Não se rende à chuva (amenimo makezu**) de Kenji Miyazawa
HTMLText_8D6ADA46_0E36_47C5_41A5_8DEF38F857FE_mobile.html = 雨洗風磨 - うせんふうま
[雨 /u/ chuva - 洗 /sen/ lavar - 風 / fuu /vento - 磨 /ma/ lapidar]
Usenfūma, 2019
A chuva lava, o vento lapida.
“A chuva lava e o vento lapida.
Ao ficar exposto à chuva e ao vento durante muito tempo, o coração é lavado e purificado. Prezar o infortúnio propicia o amadurecimento do homem.
Não se rende à chuva. Não se rende ao vento*. Shoko passa os dias correndo pela cidade, de um lado para o outro, com a intenção de ajudar os necessitados.
Shoko possui o seu próprio jeito de amadurecer com as adversidades, deixando-se lavar pela chuva e polir pelo vento.”
* Poema Não se rende à chuva (amenimo makezu**) de Kenji Miyazawa
HTMLText_8E593DEA_0E3E_5CCD_41A2_0BCC1658AD7E.html = 光 - ひかり
[光 hikari: luz]
Hikari, 2020
O mundo da luz é repleto de luzes.
"Vamos captar a energia destas luzes e viver de modo resplandecente.
Como você lida com suas emoções e impulsos, vivendo 24 horas sozinha sem perspectiva de poder voltar para o trabalho e sem amigos por perto?
Shoko diz que não se sente nem um pouco solitária. Preocupo-me ao pensar que ela deve se sentir solitária e ansiosa. Mas creio que essa preocupação quanto à solidão e à ansiedade são frutos da imaginação de quem, como eu, está presa na vida mundana. Shoko conhece a verdade de que todas as almas estão conectadas e, por isso, ninguém está só. Ela vive em paz e feliz, envolvida em uma cintilante luz e acolhida por um abraço de algo imensuravelmente grande.”
HTMLText_8E593DEA_0E3E_5CCD_41A2_0BCC1658AD7E_mobile.html = 光 - ひかり
[光 hikari: luz]
Hikari, 2020
O mundo da luz é repleto de luzes.
"Vamos captar a energia destas luzes e viver de modo resplandecente.
Como você lida com suas emoções e impulsos, vivendo 24 horas sozinha sem perspectiva de poder voltar para o trabalho e sem amigos por perto?
Shoko diz que não se sente nem um pouco solitária. Preocupo-me ao pensar que ela deve se sentir solitária e ansiosa. Mas creio que essa preocupação quanto à solidão e à ansiedade são frutos da imaginação de quem, como eu, está presa na vida mundana. Shoko conhece a verdade de que todas as almas estão conectadas e, por isso, ninguém está só. Ela vive em paz e feliz, envolvida em uma cintilante luz e acolhida por um abraço de algo imensuravelmente grande.”
HTMLText_8E9F297B_0E0A_45C3_4155_FAE0BBB52C20.html = 言霊 - ことだま
[言 /koto/ palavra - 霊 /dama/ espírito, alma, poder]
Kotodama, 2015
O poder das palavras.
“A misteriosa e incrível energia das palavras. Ao serem proferidas, as palavras emitem vibrações. Dizem que Shoko possui uma pele bonita. Durante a maquiagem, ela agradece a sua pele inúmeras vezes: “Obrigada. Eu te amo!”, como se proferisse palavras mágicas. Shoko deve conhecer os fundamentos da mecânica quântica. Há um conceito que evidencia o fluxo de energias vibracionais “ki” emitidas pelas partículas elementares das células. Shoko envia “energia ki de amor” para as extremidades das células de sua pele. Isso explica o porquê de ela ter uma pele tão bonita!”
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[言 /koto/ palavra - 霊 /dama/ espírito, alma, poder]
Kotodama, 2015
O poder das palavras.
“A misteriosa e incrível energia das palavras. Ao serem proferidas, as palavras emitem vibrações. Dizem que Shoko possui uma pele bonita. Durante a maquiagem, ela agradece a sua pele inúmeras vezes: “Obrigada. Eu te amo!”, como se proferisse palavras mágicas. Shoko deve conhecer os fundamentos da mecânica quântica. Há um conceito que evidencia o fluxo de energias vibracionais “ki” emitidas pelas partículas elementares das células. Shoko envia “energia ki de amor” para as extremidades das células de sua pele. Isso explica o porquê de ela ter uma pele tão bonita!”
HTMLText_93AE6566_0E0E_4D1D_4197_5373940832FD.html = Todos os textos que encontram-se nas paredes ao redor da exposição foram escritos por Taizan Yanagida (1950), membro de uma família de que há gerações dedica-se à caligrafia japonesa. Atualmente, preside o Taishokai, uma organização de Shodō que busca uma caligrafia pura e de alta qualidade, centrada na Escrita Regular (kaisho), um estilo de escrita clássico originário da China e desenvolvido no Japão.
Shodō é arte?
A solidão das alturas
Seria o Shodō (caminho da escrita) uma arte ou apenas o ato de aprender a escrever letras bonitas? Naturalmente, nós (os japoneses) o consideramos uma arte. No Japão, as atividades que são acompanhadas do ideograma 道 (dō: caminho) são permeados pelo rigor. E é exatamente o rigor que fez o "Kadō" (caminho das flores), o "Chadō" (caminho do chá), o "Judō" (caminho suave), o "Kendō" (caminho da espada) e o "Kōdō" (caminho do incenso) ascenderem ao status de arte.
A capacidade de emocionar as pessoas também é uma maneira de uma expressão assumir o status de arte. Para mim, essas são as definições de arte.
Voltemos à questão do Shodō. Bastaria escrever as letras da forma correta? É suficiente escrever letras bonitas? Imagino que muitas pessoas tenham essa dúvida. Obviamente, para mim, isso não é o suficiente. Há algo mais profundo no processo. Não se trata apenas de aprimorar técnicas de caligrafia, mas da prática de olhar para si mesmo e elevar a sua espiritualidade por meio dessa escrita. Com todo o rigor e disciplina necessários. Isso é Shodō. E é exatamente por isso que esse caminho se torna arte.
Qual seria o motivo das pessoas começarem a praticar Shodō? No início, talvez estejam apenas buscando melhorar a própria caligrafia. No entanto, no processo de aprendizagem, terminam completamente envolvidas pelos encantos do Shodō. Ao se darem conta, já estão profundamente fascinadas. Talvez isso seja a “Arte do Shodō”. E a arte precisa ser solitária. Não é algo que se faz criando grupos organizados. É uma batalha consigo mesmo e é preciso manter-se firme, com sentimento puro.
Quanto mais alta a dimensão do autoconhecimento, mais se sente a solidão das alturas. É preciso expressar a verdadeira arte da caligrafia, desconectando-se das coisas mundanas, desprendendo-se da arrogância e da vaidade. Eu mesmo sigo buscando a minha forma de expressão, sem acomodar a minha arte na opinião alheia. O ideal é que isso também se reflita no modo de vida. É assim que o próprio ser humano se torna arte. Para os que se destacam nesse caminho, há uma luz que emana.
Personalidade
Existe uma teoria que diz que é exatamente pelo fato de existir uma forma definida que aparecem as diferenças de personalidade de cada indivíduo. A caligrafia é exatamente isso. O que seria a personalidade? Escrever algo diferente dos demais já pode ser classificado como a expressão dessa “personalidade”? Essa afirmação não poderia estar mais errada. Atrevo-me a dizer que, tendo aprendido e treinado a forma e as regras por centenas, milhares de vezes, a personalidade individual se evidenciará apenas ao eliminar tudo o que é desnecessário e ao abolir as formas excedentes. Afinal, forma e regra são necessárias na prática do Shodō.
Para mim, a personalidade está na busca pela Escrita Regular, chamada kaisho (楷書). A personalidade vai nascendo quanto mais alto é o nível de pureza dessa busca. É exatamente como uma criança. Ela vai revelando a sua personalidade com o passar do tempo. Porém, dependendo do processo, a personalidade avança para uma dimensão diferente e isso também muda o seu destino. Essa é uma questão de responsabilidade individual. O mesmo acontece com a caligrafia. A escrita muda conforme as responsabilidades física e mental. Assim, é imprescindível possuir forma e regras primordiais. É no ato de copiar a forma de excelência e seguir as regras da Escrita Regular (kaisho) que o seu espírito também consegue aprender.
A caligrafia é uma arte que foi construída por milênios. Esta não se aproxima dos saberes superficiais do indivíduo. A arte do Shodō não pode ser vista de forma simplória. É cruel e, por vezes, faz você perceber que é um tolo. Mas é dessa percepção que nasce a verdadeira personalidade. Do sofrimento do parto é que conseguimos dar mais um passo em direção ao campo dessa percepção, dessa iluminação.
Legitimidade
A caligrafia, a qual sempre me refiro, foi desenvolvida na Dinastia Tang da China e sigo aprendendo-a há mais de 60 anos. Focar nesse período da história foi passado para mim por meus predecessores. Mas alguns de meus colegas me julgam dizendo que eu apenas copio o meu pai. Na minha opinião, tradição é proteger, com toda seriedade, o que os nossos antepassados vieram construindo.
Existe um conceito japonês chamado “shuhari” (守破離), que descreve os estágios da aprendizagem para se atingir a maestria. Mas esta lógica baseia-se apenas em resultado e acredito que não seja correto fazer as suas criações levando esse conceito em consideração.
Dado isso, o que significa uma caligrafia legítima? Compartilhando a minha opinião, trata-se de uma caligrafia que incorpora a espiritualidade ao que foi obtido dos clássicos. Se não há espiritualidade, não há legitimidade.
Ao olhar para uma caligrafia, o que se percebe e o que se conquista dela depende da sensibilidade de cada um. Quanto maior a sensibilidade, a percepção atinge uma dimensão mais elevada. Eu tenho me dedicado ao Shodō fazendo esse esforço. No entanto, ainda me vejo, com uma certa frequência, tateando no escuro o que seria essa caligrafia legítima.
O Shodo de mãe e filha
Eu valorizo as sensações. Quando estou andando, presto atenção no design das construções, na moda e no comportamento das pessoas. Demonstrando interesse por tudo o que está ao meu redor, esforço-me para identificar as mudanças no senso estético da sociedade. São coisas triviais, como notar uma letra torta em uma placa, por exemplo. Valorizo a sensação de perceber qualquer coisa em um determinado instante.
E assim, me deparei com Shoko Kanazawa. A sensibilidade dela é um caso à parte. Senti que os conceitos de até então tinham sido virados ao avesso. A sensibilidade e o senso de Shoko não podem ser presumidos com base nos conceitos convencionais. Conheci-a há mais de dez anos por recomendação da mãe dela, a Sra. Yasuko Kanazawa, e tive a oportunidade de ensinar-lhe caligrafia. As pessoas nascem com uma sensibilidade que pode ser moldada pelo ambiente que as envolve, mas quando vi, pela primeira vez, o comprometimento de mãe e filha com a caligrafia, eu fiquei absolutamente admirado.
Na caligrafia, sensibilidade e senso são fundamentais. De onde será que vem o que consideramos bom ou ruim? Falando objetivamente, trata-se de uma diferença de sensações e de sensibilidade e, mais especificamente, uma questão de gosto. É aí que reside a dificuldade da caligrafia. Aquele que escreve precisa estar atento para aprender sobre seus sentimentos e sensações cotidianos. Com esses dois aspectos treinados é que, pela primeira vez, a caligrafia se torna arte. Sem a prática e o aprimoramento, não é possível polir a força das sensações e a sensibilidade. E é através do equilíbrio primoroso entre esses dois aspectos que se torna possível emocionar o outro. O que poderíamos dizer da junção entre essa minha teoria pessoal e a caligrafia da família Kanazawa?
A caligrafia da Shoko conta com domínio técnico, mas também com emoção.
O que é emoção? Não é possível julgar apenas como bom ou ruim. Caso exista em uma obra a força de tocar as pessoas, isso significa que a sensibilidade e as sensações foram disciplinas. E se foi feita com alma, é certo que essa obra emocionará. Basta, então, ao calígrafo escrever com alma em estado puro? Não, isso também não é correto. Na verdade, estou falando da quantidade de treino. Essa mãe e essa filha estão em um patamar praticamente de imunidade jurisdicional no que se refere a convenções – ao qual somente foi inserido um pouco de caligrafia tradicional.
HTMLText_93AE6566_0E0E_4D1D_4197_5373940832FD_mobile.html = Todos os textos que encontram-se nas paredes ao redor da exposição foram escritos por Taizan Yanagida (1950), membro de uma família de que há gerações dedica-se à caligrafia japonesa. Atualmente, preside o Taishokai, uma organização de Shodō que busca uma caligrafia pura e de alta qualidade, centrada na Escrita Regular (kaisho), um estilo de escrita clássico originário da China e desenvolvido no Japão.
Shodō é arte?
A solidão das alturas
Seria o Shodō (caminho da escrita) uma arte ou apenas o ato de aprender a escrever letras bonitas? Naturalmente, nós (os japoneses) o consideramos uma arte. No Japão, as atividades que são acompanhadas do ideograma 道 (dō: caminho) são permeados pelo rigor. E é exatamente o rigor que fez o "Kadō" (caminho das flores), o "Chadō" (caminho do chá), o "Judō" (caminho suave), o "Kendō" (caminho da espada) e o "Kōdō" (caminho do incenso) ascenderem ao status de arte.
A capacidade de emocionar as pessoas também é uma maneira de uma expressão assumir o status de arte. Para mim, essas são as definições de arte.
Voltemos à questão do Shodō. Bastaria escrever as letras da forma correta? É suficiente escrever letras bonitas? Imagino que muitas pessoas tenham essa dúvida. Obviamente, para mim, isso não é o suficiente. Há algo mais profundo no processo. Não se trata apenas de aprimorar técnicas de caligrafia, mas da prática de olhar para si mesmo e elevar a sua espiritualidade por meio dessa escrita. Com todo o rigor e disciplina necessários. Isso é Shodō. E é exatamente por isso que esse caminho se torna arte.
Qual seria o motivo das pessoas começarem a praticar Shodō? No início, talvez estejam apenas buscando melhorar a própria caligrafia. No entanto, no processo de aprendizagem, terminam completamente envolvidas pelos encantos do Shodō. Ao se darem conta, já estão profundamente fascinadas. Talvez isso seja a “Arte do Shodō”. E a arte precisa ser solitária. Não é algo que se faz criando grupos organizados. É uma batalha consigo mesmo e é preciso manter-se firme, com sentimento puro.
Quanto mais alta a dimensão do autoconhecimento, mais se sente a solidão das alturas. É preciso expressar a verdadeira arte da caligrafia, desconectando-se das coisas mundanas, desprendendo-se da arrogância e da vaidade. Eu mesmo sigo buscando a minha forma de expressão, sem acomodar a minha arte na opinião alheia. O ideal é que isso também se reflita no modo de vida. É assim que o próprio ser humano se torna arte. Para os que se destacam nesse caminho, há uma luz que emana.
Personalidade
Existe uma teoria que diz que é exatamente pelo fato de existir uma forma definida que aparecem as diferenças de personalidade de cada indivíduo. A caligrafia é exatamente isso. O que seria a personalidade? Escrever algo diferente dos demais já pode ser classificado como a expressão dessa “personalidade”? Essa afirmação não poderia estar mais errada. Atrevo-me a dizer que, tendo aprendido e treinado a forma e as regras por centenas, milhares de vezes, a personalidade individual se evidenciará apenas ao eliminar tudo o que é desnecessário e ao abolir as formas excedentes. Afinal, forma e regra são necessárias na prática do Shodō.
Para mim, a personalidade está na busca pela Escrita Regular, chamada kaisho (楷書). A personalidade vai nascendo quanto mais alto é o nível de pureza dessa busca. É exatamente como uma criança. Ela vai revelando a sua personalidade com o passar do tempo. Porém, dependendo do processo, a personalidade avança para uma dimensão diferente e isso também muda o seu destino. Essa é uma questão de responsabilidade individual. O mesmo acontece com a caligrafia. A escrita muda conforme as responsabilidades física e mental. Assim, é imprescindível possuir forma e regras primordiais. É no ato de copiar a forma de excelência e seguir as regras da Escrita Regular (kaisho) que o seu espírito também consegue aprender.
A caligrafia é uma arte que foi construída por milênios. Esta não se aproxima dos saberes superficiais do indivíduo. A arte do Shodō não pode ser vista de forma simplória. É cruel e, por vezes, faz você perceber que é um tolo. Mas é dessa percepção que nasce a verdadeira personalidade. Do sofrimento do parto é que conseguimos dar mais um passo em direção ao campo dessa percepção, dessa iluminação.
Legitimidade
A caligrafia, a qual sempre me refiro, foi desenvolvida na Dinastia Tang da China e sigo aprendendo-a há mais de 60 anos. Focar nesse período da história foi passado para mim por meus predecessores. Mas alguns de meus colegas me julgam dizendo que eu apenas copio o meu pai. Na minha opinião, tradição é proteger, com toda seriedade, o que os nossos antepassados vieram construindo.
Existe um conceito japonês chamado “shuhari” (守破離), que descreve os estágios da aprendizagem para se atingir a maestria. Mas esta lógica baseia-se apenas em resultado e acredito que não seja correto fazer as suas criações levando esse conceito em consideração.
Dado isso, o que significa uma caligrafia legítima? Compartilhando a minha opinião, trata-se de uma caligrafia que incorpora a espiritualidade ao que foi obtido dos clássicos. Se não há espiritualidade, não há legitimidade.
Ao olhar para uma caligrafia, o que se percebe e o que se conquista dela depende da sensibilidade de cada um. Quanto maior a sensibilidade, a percepção atinge uma dimensão mais elevada. Eu tenho me dedicado ao Shodō fazendo esse esforço. No entanto, ainda me vejo, com uma certa frequência, tateando no escuro o que seria essa caligrafia legítima.
O Shodo de mãe e filha
Eu valorizo as sensações. Quando estou andando, presto atenção no design das construções, na moda e no comportamento das pessoas. Demonstrando interesse por tudo o que está ao meu redor, esforço-me para identificar as mudanças no senso estético da sociedade. São coisas triviais, como notar uma letra torta em uma placa, por exemplo. Valorizo a sensação de perceber qualquer coisa em um determinado instante.
E assim, me deparei com Shoko Kanazawa. A sensibilidade dela é um caso à parte. Senti que os conceitos de até então tinham sido virados ao avesso. A sensibilidade e o senso de Shoko não podem ser presumidos com base nos conceitos convencionais. Conheci-a há mais de dez anos por recomendação da mãe dela, a Sra. Yasuko Kanazawa, e tive a oportunidade de ensinar-lhe caligrafia. As pessoas nascem com uma sensibilidade que pode ser moldada pelo ambiente que as envolve, mas quando vi, pela primeira vez, o comprometimento de mãe e filha com a caligrafia, eu fiquei absolutamente admirado.
Na caligrafia, sensibilidade e senso são fundamentais. De onde será que vem o que consideramos bom ou ruim? Falando objetivamente, trata-se de uma diferença de sensações e de sensibilidade e, mais especificamente, uma questão de gosto. É aí que reside a dificuldade da caligrafia. Aquele que escreve precisa estar atento para aprender sobre seus sentimentos e sensações cotidianos. Com esses dois aspectos treinados é que, pela primeira vez, a caligrafia se torna arte. Sem a prática e o aprimoramento, não é possível polir a força das sensações e a sensibilidade. E é através do equilíbrio primoroso entre esses dois aspectos que se torna possível emocionar o outro. O que poderíamos dizer da junção entre essa minha teoria pessoal e a caligrafia da família Kanazawa?
A caligrafia da Shoko conta com domínio técnico, mas também com emoção.
O que é emoção? Não é possível julgar apenas como bom ou ruim. Caso exista em uma obra a força de tocar as pessoas, isso significa que a sensibilidade e as sensações foram disciplinas. E se foi feita com alma, é certo que essa obra emocionará. Basta, então, ao calígrafo escrever com alma em estado puro? Não, isso também não é correto. Na verdade, estou falando da quantidade de treino. Essa mãe e essa filha estão em um patamar praticamente de imunidade jurisdicional no que se refere a convenções – ao qual somente foi inserido um pouco de caligrafia tradicional.
HTMLText_992CFC90_A4CF_FC8E_41D7_97D05C42E414.html = Os 5 estilos de escrita dos ideogramas (kanji)
Atualmente, existem 5 estilos de escrita de kanji: tensho (Escrita de Selo; 篆書), reisho (Escrita Clerical; 隷書), ,) sōsho (Escrita Cursiva; 草書), gyōsho (Escrita Semi-cursiva; 行書e kaisho (Escrita Regular; 楷書)
Escrita de Selo (Pequena Escrita de Selo)
A Escrita de Selo (tensho; 篆書): é o estilo mais antigo dos kanji. Foi aperfeiçoada com base nas antigas inscrições que datam das dinastias chinesas Shang (1600-1046 a.C) e Zhou (1046-256 a.C.), sendo unificada e sistematizada durante o governo do Imperador Qin Shi Huang. Os princípios básicos desse estilo de escrita valorizam os traços verticais alongados em equilíbrio com os traços horizontais, a simetria entre as metades esquerda e direita a partir de uma linha imaginária central, e linhas arredondadas onde os traços horizontais e verticais se encontram. O método utilizado é o chamado zōhō (蔵鋒), em que a ponta do pincel não é aparente
no começo de cada traço. As letras, geométricas e totalmente ordenadas, são agradáveis ao olhar e fazem do estilo uma “caligrafia para ser mostrada”.
Escrita Clerical
Enquanto a Escrita de Selo foi feita para ser mostrada, a Escrita Clerical (reisho; 隷書), é estilisticamente oposta e foi feita para ser funcional, para uma escrita rápida. Os pontos em comum com a Escrita de Selo são os traços na horizontal e o método zōhō (蔵鋒). No entanto, a estrutura de cada ideograma é mais achatada, com formas mais planas e balanceadas, facilitando a cópia de textos. A sua forma inicial foi chamada de “Antiga Escrita Clerical” e passou a ser conhecida como “Escrita Clerical Qin” no período final dessa dinastia, ao se tornar o estilo usado pelos oficiais de baixa patente.
Posteriormente, essa versão antiga evoluiu, incorporando traços horizontais com design mais curvos e os pontos em que o pincel se afasta do papel na horizontal passaram a ter ondulações chamadas hataku (波磔), terminando o traço em um formato triangular. A incorporação dessas características gerou uma Escrita Clerical cheia de personalidade, atingindo a sua maturidade durante o final do período Han como um sistema de escrita padronizado que existe até hoje, chamado de Escrita Neo-clerical.
Escrita Cursiva
A Escrita Cursiva(sōsho; 章草, um estilo simplificado e abreviado, surgiu para escrever rapidamente os textos em antiga escrita clerical. Os traços do pincel passaram por um refinamento, transitando para uma escrita que possui elegância artística e se estabeleceu como uma escrita completa. A escrita cursiva deu origem não apenas às letras abreviadas, mas também permitiu uma escrita mais rápida ao conectar uma letra na outra, chamada de forma “ren’mentai” (連綿体), evoluindo, assim, para ser uma escrita que é apreciada pela beleza dos traços que fluem para unir os caracteres. Esta escrita cursiva chegou ao Japão e formou a base do silabário japonês “kana” (かな) e se transformou na arte da caligrafia que simbolizava a cultura da aristocracia japonesa.
Escrita Semi-cursiva
A Escrita Semi-cursiva (gyōsho; 行書) foi criada para ser uma escrita rápida que conecta e abrevia os traços da escrita regular (kaisho; 楷書). Como resultado da velocidade na escrita, os traços ficaram mais curvados e foram criadas convenções que definiram a forma de conexão e abreviação dos caracteres. Essas características proveram à Escrita Semi-cursiva com uma graciosidade ímpar e a estabeleceram como um estilo independente.
Escrita Regular
A Escrita Regular (kaisho; 楷書), evoluiu gradualmente a partir da Escrita Neo-clerical. Foi abolida a convenção zōhō (蔵鋒) de se esconder o indicativo de onde começa o traço, tornando-o evidente. Os traços horizontais passaram a se elevar para a direita para se ajustarem ao movimento natural do corpo. Essa escrita emerge como estilo definitivo da composição estética espacial, de acordo com a abordagem kankakekko (間架結構), que valoriza o equilíbrio estrutural entre os traços. Vale dizer que a escrita regular é considerada a caligrafia elegante por excelência. É o estilo que consolidou-se após a mais longa transição na história da caligrafia,
tornando-se uma forma de escrita com a maior profundidade em termos artísticos.
HTMLText_992CFC90_A4CF_FC8E_41D7_97D05C42E414_mobile.html = Os 5 estilos de escrita dos ideogramas (kanji)
Atualmente, existem 5 estilos de escrita de kanji: tensho (Escrita de Selo; 篆書), reisho (Escrita Clerical; 隷書), ,) sōsho (Escrita Cursiva; 草書), gyōsho (Escrita Semi-cursiva; 行書e kaisho (Escrita Regular; 楷書)
Escrita de Selo (Pequena Escrita de Selo)
A Escrita de Selo (tensho; 篆書): é o estilo mais antigo dos kanji. Foi aperfeiçoada com base nas antigas inscrições que datam das dinastias chinesas Shang (1600-1046 a.C) e Zhou (1046-256 a.C.), sendo unificada e sistematizada durante o governo do Imperador Qin Shi Huang. Os princípios básicos desse estilo de escrita valorizam os traços verticais alongados em equilíbrio com os traços horizontais, a simetria entre as metades esquerda e direita a partir de uma linha imaginária central, e linhas arredondadas onde os traços horizontais e verticais se encontram. O método utilizado é o chamado zōhō (蔵鋒), em que a ponta do pincel não é aparente
no começo de cada traço. As letras, geométricas e totalmente ordenadas, são agradáveis ao olhar e fazem do estilo uma “caligrafia para ser mostrada”.
Escrita Clerical
Enquanto a Escrita de Selo foi feita para ser mostrada, a Escrita Clerical (reisho; 隷書), é estilisticamente oposta e foi feita para ser funcional, para uma escrita rápida. Os pontos em comum com a Escrita de Selo são os traços na horizontal e o método zōhō (蔵鋒). No entanto, a estrutura de cada ideograma é mais achatada, com formas mais planas e balanceadas, facilitando a cópia de textos. A sua forma inicial foi chamada de “Antiga Escrita Clerical” e passou a ser conhecida como “Escrita Clerical Qin” no período final dessa dinastia, ao se tornar o estilo usado pelos oficiais de baixa patente.
Posteriormente, essa versão antiga evoluiu, incorporando traços horizontais com design mais curvos e os pontos em que o pincel se afasta do papel na horizontal passaram a ter ondulações chamadas hataku (波磔), terminando o traço em um formato triangular. A incorporação dessas características gerou uma Escrita Clerical cheia de personalidade, atingindo a sua maturidade durante o final do período Han como um sistema de escrita padronizado que existe até hoje, chamado de Escrita Neo-clerical.
Escrita Cursiva
A Escrita Cursiva(sōsho; 章草, um estilo simplificado e abreviado, surgiu para escrever rapidamente os textos em antiga escrita clerical. Os traços do pincel passaram por um refinamento, transitando para uma escrita que possui elegância artística e se estabeleceu como uma escrita completa. A escrita cursiva deu origem não apenas às letras abreviadas, mas também permitiu uma escrita mais rápida ao conectar uma letra na outra, chamada de forma “ren’mentai” (連綿体), evoluindo, assim, para ser uma escrita que é apreciada pela beleza dos traços que fluem para unir os caracteres. Esta escrita cursiva chegou ao Japão e formou a base do silabário japonês “kana” (かな) e se transformou na arte da caligrafia que simbolizava a cultura da aristocracia japonesa.
Escrita Semi-cursiva
A Escrita Semi-cursiva (gyōsho; 行書) foi criada para ser uma escrita rápida que conecta e abrevia os traços da escrita regular (kaisho; 楷書). Como resultado da velocidade na escrita, os traços ficaram mais curvados e foram criadas convenções que definiram a forma de conexão e abreviação dos caracteres. Essas características proveram à Escrita Semi-cursiva com uma graciosidade ímpar e a estabeleceram como um estilo independente.
Escrita Regular
A Escrita Regular (kaisho; 楷書), evoluiu gradualmente a partir da Escrita Neo-clerical. Foi abolida a convenção zōhō (蔵鋒) de se esconder o indicativo de onde começa o traço, tornando-o evidente. Os traços horizontais passaram a se elevar para a direita para se ajustarem ao movimento natural do corpo. Essa escrita emerge como estilo definitivo da composição estética espacial, de acordo com a abordagem kankakekko (間架結構), que valoriza o equilíbrio estrutural entre os traços. Vale dizer que a escrita regular é considerada a caligrafia elegante por excelência. É o estilo que consolidou-se após a mais longa transição na história da caligrafia,
tornando-se uma forma de escrita com a maior profundidade em termos artísticos.
HTMLText_BE4CF95B_A8E4_5D1A_41A2_1345F01828AC.html = Papel
O papel de Shodō é feito com fibras vegetais mais longas para resistir à umidade da tinta. A planta a ser usada é fervida por diversas vezes e, depois de amolecida, é batida para soltar as fibras. Ao final, uma cola feita de plantas como o tororo aoi (Abelmoschus manihot) é misturada até se obter uma consistência pastosa. Essa atividade é chamada de suki (漉き). Ao final desse processo, essa pasta é secada e, ao ser cortada em tamanho adequado, torna-se o papel usado para caligrafia.
As peculiaridades do papel são evidenciadas de acordo com o tipo de matéria-prima e a sua distribuição, e o seu uso é diferenciado entre papel para caligrafia e para artesanato. As propriedades do papel também variam de acordo com a espessura e há uma grande variedade de tipos de papel para Shodō.
Os papéis feitos no Japão são chamados de washi (和紙). Para caligrafia, são famosos os kōshū washi (甲州和紙), da Província de Yamanashi, sekishu washi (石州和紙)e washi inshū (因州和紙), da Região de San’in e shikoku washi (四国和紙) ou iyo washi(伊予和紙), da Província de Ehime. Plantas como Kōzon (楮), Mitsumata (三椏) e Ganpi (雁皮) são utilizadas como matéria-prima. Há papéis específicos para a escrita de kanji e de kana e há tratamentos especiais feitos para o papel não encharcar ou para que o papel tenha determinadas padronagens.
Por conta de sua resistência, muitos washi possuem utilização especial, como em notas de dinheiro e certificados. Também são utilizados nas janelas de papel (shōji), embalagens de luxo e para artesanato.
Um papel chinês para Shodō muito famoso e de alta qualidade é o senshi (宣紙), da Província de Anhui. A sua composição segue em segredo, mas dizem que contém palha de arroz e casca de seitan. De acordo com a distribuição e espessura, os papéis são classificados em tansen (単宣), menren (綿連), gyokuhan (玉版), kyōsen (夾宣).
O papel mais adequado para o calígrafo é selecionado de acordo com o seu estilo e o que pretende expressar naquele momento.
HTMLText_BE4CF95B_A8E4_5D1A_41A2_1345F01828AC_mobile.html = Papel
O papel de Shodō é feito com fibras vegetais mais longas para resistir à umidade da tinta. A planta a ser usada é fervida por diversas vezes e, depois de amolecida, é batida para soltar as fibras. Ao final, uma cola feita de plantas como o tororo aoi (Abelmoschus manihot) é misturada até se obter uma consistência pastosa. Essa atividade é chamada de suki (漉き). Ao final desse processo, essa pasta é secada e, ao ser cortada em tamanho adequado, torna-se o papel usado para caligrafia.
As peculiaridades do papel são evidenciadas de acordo com o tipo de matéria-prima e a sua distribuição, e o seu uso é diferenciado entre papel para caligrafia e para artesanato. As propriedades do papel também variam de acordo com a espessura e há uma grande variedade de tipos de papel para Shodō.
Os papéis feitos no Japão são chamados de washi (和紙). Para caligrafia, são famosos os kōshū washi (甲州和紙), da Província de Yamanashi, sekishu washi (石州和紙)e washi inshū (因州和紙), da Região de San’in e shikoku washi (四国和紙) ou iyo washi(伊予和紙), da Província de Ehime. Plantas como Kōzon (楮), Mitsumata (三椏) e Ganpi (雁皮) são utilizadas como matéria-prima. Há papéis específicos para a escrita de kanji e de kana e há tratamentos especiais feitos para o papel não encharcar ou para que o papel tenha determinadas padronagens.
Por conta de sua resistência, muitos washi possuem utilização especial, como em notas de dinheiro e certificados. Também são utilizados nas janelas de papel (shōji), embalagens de luxo e para artesanato.
Um papel chinês para Shodō muito famoso e de alta qualidade é o senshi (宣紙), da Província de Anhui. A sua composição segue em segredo, mas dizem que contém palha de arroz e casca de seitan. De acordo com a distribuição e espessura, os papéis são classificados em tansen (単宣), menren (綿連), gyokuhan (玉版), kyōsen (夾宣).
O papel mais adequado para o calígrafo é selecionado de acordo com o seu estilo e o que pretende expressar naquele momento.
HTMLText_BFABF9B4_A8EC_3D2F_41CB_A7CE7A692295.html = Ficha Técnica
Curador
Natasha Barzaghi Geenen
Assistente de Curadoria
Carolina De Angelis
Produção
Daniela Avelar | Pinã Cultura
Assistente de Produção
Adriana Rodrigues
Projeto Expográfico
Estúdio Gru | Jeanine Menezes
Assistente
Lia Untem
Designer de Luz
Fernanda Carvalho
Equipe
Luana Alves e Emilia Ramos
Cenografia
Elástica SP Cenografia
Produção Técnica
Hugo Lefort
Conservação
Lívia Lira e Marília Fernandes
Coordenação de montagem
Rafael Filipi
Montagem fina
Projeta
Iluminação
Santa Luz
Comunicação visual
Zol Design
Impressão
Watervision
Transportes
Waiver Logistics
Vídeo institucional
Fuerza Films
Foto institucional
Marina Melchers
Tradução e revisão de texto
Cláudio Cruz, Lica Hashimoto, John Norman, Komorebi Translations, Pablo Yuda
Consultoria em acessibilidade
Arteinclusão
Bancada acessível
Arthur Souza | ArtSim, Efeito Visual, Iguale, Tissa Kimoto | Pandoala Estudio, Ver com Palavras
HTMLText_BFABF9B4_A8EC_3D2F_41CB_A7CE7A692295_mobile.html = Ficha Técnica
Curador
Natasha Barzaghi Geenen
Assistente de Curadoria
Carolina De Angelis
Produção
Daniela Avelar | Pinã Cultura
Assistente de Produção
Adriana Rodrigues
Projeto Expográfico
Estúdio Gru | Jeanine Menezes
Assistente
Lia Untem
Designer de Luz
Fernanda Carvalho
Equipe
Luana Alves e Emilia Ramos
Cenografia
Elástica SP Cenografia
Produção Técnica
Hugo Lefort
Conservação
Lívia Lira e Marília Fernandes
Coordenação de montagem
Rafael Filipi
Montagem fina
Projeta
Iluminação
Santa Luz
Comunicação visual
Zol Design
Impressão
Watervision
Transportes
Waiver Logistics
Vídeo institucional
Fuerza Films
Foto institucional
Marina Melchers
Tradução e revisão de texto
Cláudio Cruz, Lica Hashimoto, John Norman, Komorebi Translations, Pablo Yuda
Consultoria em acessibilidade
Arteinclusão
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Arthur Souza | ArtSim, Efeito Visual, Iguale, Tissa Kimoto | Pandoala Estudio, Ver com Palavras
HTMLText_E19F93FE_C212_A37E_41E5_EC1FF0FB6AC8.html = JHSP ACESSÍVEL
Aqui, nesta bancada, você encontra recursos digitais, táteis e sensoriais relacionados às exposições vigentes neste espaço. O QRCode disponível na bancada dá acesso a uma plataforma com recursos em Libras, Audiodescrição e Texto.
Buscamos, com essa proposta, promover uma maior aproximação entre todos os nossos públicos, instigando-os a buscar, por meio de outras formas de percepção e interpretação, os diversos temas da cultura japonesa apresentados na Japan House São Paulo.
O JHSP Acessível, programa de acessibilidade da instituição, tem o propósito de criar oportunidades equitativas para que todos realizem uma imersão completa e especial no universo do Japão apresentado aqui.
HTMLText_E19F93FE_C212_A37E_41E5_EC1FF0FB6AC8_mobile.html = JHSP ACESSÍVEL
Aqui, nesta bancada, você encontra recursos digitais, táteis e sensoriais relacionados às exposições vigentes neste espaço. O QRCode disponível na bancada dá acesso a uma plataforma com recursos em Libras, Audiodescrição e Texto.
Buscamos, com essa proposta, promover uma maior aproximação entre todos os nossos públicos, instigando-os a buscar, por meio de outras formas de percepção e interpretação, os diversos temas da cultura japonesa apresentados na Japan House São Paulo.
O JHSP Acessível, programa de acessibilidade da instituição, tem o propósito de criar oportunidades equitativas para que todos realizem uma imersão completa e especial no universo do Japão apresentado aqui.
### Tooltip
Button_485BFF41_598E_3DB2_41A9_33F36E014467.toolTip = Giroscópio
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## Media
### Title
panorama_52742136_0E0E_4558_41AA_8FF96880120A.label = Uchū, 2019
panorama_52742C7C_0E0E_C3C8_41A0_BCF55F5C9D62.label = Mugen, 2019
panorama_527452B7_0E0E_C758_419C_584F50AA6AB8.label = 3. Texto Curatorial
panorama_52746029_0E0F_C348_4184_FC329C1F30DB.label = Kami, 2019
panorama_52746F8A_0E0E_3D49_41A4_9C2A62923F0F.label = 4. Biografia
panorama_5274711E_0E0F_C548_417C_B7D00545867B.label = Dan-Sha-Ri, 2019
panorama_5274713D_0E0F_C548_41AA_AD35EF3D2826.label = Sora kara, 2019
panorama_52747F0D_0E0E_5D48_41AA_02F3BCB52AB5.label = Ichigo ichie, 2019
panorama_52748124_0E0F_C579_4185_B515F53333ED.label = Kansha, 2019
panorama_5274ADA0_0E0E_3D78_41A3_1C5EAAED9193.label = 8. Tipo de Escrita
panorama_5274CF01_0E0E_7D38_41A9_9A6398684160.label = 7. Vitrine
panorama_5274DE87_0E0E_5F47_4153_A236E060AB62.label = Kotodama, 2015
panorama_5275B1B2_0E0E_4558_419A_01486D22A3A4.label = Hikari, 2020
panorama_5275E2A3_0E0E_4778_41A1_BB915FB58844.label = 5. Ficha Técnica
panorama_527A439A_0E0E_C548_4194_0ADF9AB5E6F8.label = 2. Entrada Exposição
panorama_527BDD81_0E0E_DD3B_41A1_825CF8EA6FA1.label = Mugenkūge, 2019
panorama_6D0CB42E_0E0E_C349_41A1_FE28D23BA78B.label = 1. Entrada JHSP
panorama_A46075B9_ED6B_5F73_41ED_41F4B5F78CFE.label = 6. Sobre Shodô
panorama_A8E7FF3F_ED5A_EB6F_41DE_89BC54E730B8.label = Usenfūma, 2019
## Action
### PDF
PopupPDFBehaviour_80487995_C448_D468_41D4_C8EDF74ED9A2.url = files/FolderShokoKanazawa_textosPT_pt.pdf
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### URL
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